Homens Cuja Recompensa Está Nesta Vida
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Homens Cuja Recompensa Está Nesta Vida [Sl 17.14]
O que
são os “os homens cuja recompensa está nesta vida”? Vejamos, Jesus disse:
quem quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome
sobre si a sua cruz e siga-me. Porque aquele que quiser salvar a sua vida,
perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á. [Mt 16.24-25].
Também
o Escritor aos Hebreus informa-nos que os grandes homens, a nuvem de
testemunhas, ou seja, aqueles que testemunharam da fé e, com sua vida, dão-nos
o exemplo a ser seguido, deixando-nos claro, também, que buscavam uma pátria
melhor do que a de onde saíram, a pátria celestial.
Na
busca por essa pátria melhor, essas testemunhas deixaram-se serem maltratados,
experimentaram açoites, escárnios, cadeias, prisões.
Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos ao fio da
espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos
e maltratados (Dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, e
montes, e pelas covas e cavernas da terra. [Hb 11.37-38]
Assim,
desde logo, os homens cuja recompensa está nesta vida são todos
aqueles que que se afastam do padrão supramencionado, são os que não renunciam a
sua vida, antes a amam; são aqueles que buscam retornar ao lugar de onde saíram
e não seguir para uma nova pátria. Tudo o que esses homens fazem encerra-se
nesta vida. É por isso que Deus já os entregara a própria sorte.
Como achar uma vida melhor?
Percebemos,
então, haver um padrão estabelecido por Deus, que revela a condição para que
alguém possa achar sua vida, qual seja, primeiro perdê-la por amor de Jesus. É
como somos informados:
Por amor de ti somos entregues
à morte todo o dia; Somos reputados como ovelhas para o matadouro. [Rm
8.36]
A
expressão “todo o dia” [ACF] é equivalente a expressão “o dia inteiro”
[Versão Católica], mas, em algumas versões, em seu lugar, pode-se encontrar a
expressão “todos os dias” [NVI].
A verdade é, todos os dias, durante todo o dia, somos desafiados a
renunciarmos a nós mesmos.
Acontece
que não é fácil cada pessoa renunciar a si mesma, deixando Cristo viver em cada
uma de si, pois o padrão de vida de Cristo é o padrão de morte e não de vida. É
a morte da satisfação pessoal, morte da imagem pessoal.
Geralmente,
pessoas fazem questão de mostrar umas às outras que cada qual se encontra viva,
aptas a fazerem o que quiserem. De que há um alguém dentro delas que não
levará desaforo, alguém cuja imagem não pode ser maltratada por qualquer
atitude alheia.
De
modo algum, pessoas assim, permitir-se-ão parecerem mortas. Suas vontades, em
regra, são o que deverá prevalecer, diante de uma situação de afronta; elas não
estão prontas para ouvirem:
Na
verdade, na verdade te digo que, quando eras mais moço, te cingias a ti mesmo,
e andavas por onde querias; mas, quando já fores velho, estenderás as tuas
mãos, e outro te cingirá, e te levará para onde tu não queiras.
E
disse isto, significando com que morte havia ele de glorificar a Deus. E, dito
isto, disse-lhe: Segue-me. [Jo
21.18-19]
Confrontando
tais pessoas e ensinando aos seus como agirem, Jesus, quando de um de seus
sermões [o da Montanha] [Mt. 6], porá em contraposição dois sistemas de
recompensa: o terreno e o celestial. O terreno é recompensado com coisas desta
vida, o celestial com coisa do Alto. Diante disso, temos, ainda, que a forma
como cada um será recompensado dependerá da intenção que origina a prática de
determinada atitude.
Jesus,
ao citar algumas práticas religiosas envidadas pelos homens, chamou a atenção
para o propósito que levava cada ação a ser praticada. Práticas como jejuar,
orar e dar esmolas eram usadas para transmissão de uma imagem pessoal de
piedade ou compaixão perante os homens. Ou seja, quem assim o fazia buscava ser
aceito, estimado e citado pelos homens, como alguém altamente religioso.
Mas
ao fazerem para serem vistos por homens, estes homens, chamados hipócritas,
esqueciam-se de que a ordem para se fazer tais coisas decorriam de um princípio
de origem celestial e não terreno. Porém, ao serem reconhecidos pelos homens,
cada qual, por conseguinte, já terá recebido seu galardão, sua recompensa.
Justificação
Essa
necessidade de justificação, decorre da tendência que cada ser humano tem de
buscar preservar sua imagem ou de fazer para si uma imagem. A autoimagem passa
a ser, assim, o tesouro para o qual atenta o coração. Contudo, a necessidade
de pertencimento a determinado grupo específico, quando não satisfeita em
verdade e sinceridade, é construída em cima de embustes.
Temos,
como seres sociais e como seres relacionais que somos, necessidade de sermos
pertencentes aos mais diversos grupos: ao grupo dos que sabem se defender; ao
grupo dos que sabem se safar; ao grupo dos que sabem responder; ao grupo dos
que sabem se vingar; ao grupo dos amigos influentes; ao grupo dos queridinhos
do líder; ao grupo dos dominantes; ao grupo dos que sabem se ajudar, dos que
não levam desaforo, dos estimados, dos lembrados, dos citados etc.
Essa
necessidade de pertencimento, então, leva-nos a atitudes diversas, através das
quais pensamos que, ao praticá-las, seremos incluídos ou aceitos naquilo que
estimamos, naquilo onde está nosso coração, ou seja, naquilo onde está nosso
tesouro, que é onde depositamos nossas expectativas.
Essas
disputas por se incluir permeia toda esfera do homem, a social, a acadêmica, a
espiritual, a religiosa, a familiar etc. Pode-se citar a disputa por um lugar
no trânsito [para se pertencer ao grupo dos que não cedem para não parecer
ingênuos]; a briga por um espaço de fala [para se pertencer àqueles que são
ouvidos]; o revide a uma agressão injusta [para pertencemos àqueles que não
levam desaforo]. Quem assim age já recebeu seu galardão.
Assim,
todas as vezes que alguém pugna por manter uma imagem estimada de si mesmo e
não para manter a imagem de Cristo, está por colocar, nisso, seu coração e é
assim que esse alguém entesoura tais coisas. Quem assim age já recebeu seu
galardão.
Porém, se se observar, as Escrituras ensinam
que se deve andar como Cristo andou. Também o Apóstolo Paulo convidou [1Co
11.1] os irmãos de Coríntios a imitarem-no, do mesmo modo que ele imitava a
Cristo.
Esta
requisição ou convocação paulina revela duas faces, a primeira é uma face
positiva, segundo a qual deve-se imitar a Paulo como [à medida que] Paulo imita
a Cristo, a segunda é uma face negativa, segundo a qual, não se deve imitar a
Paulo, naquilo [ou à medida que] Paulo não imite a Cristo.
Nesse
mesmo sentido, as Escrituras explicam que Moisés rejeitou ser chamado de filho
de Faraó para preferir sofrer com o povo de Deus. Como está escrito:
Foi pela fé que Moisés, uma vez crescido, renunciou a ser
tido como filho da filha do faraó, preferindo participar da sorte infeliz do
povo de Deus, a fruir dos prazeres culpáveis e passageiros. Com os olhos fixos
na recompensa, considerava os ultrajes por amor de Cristo como um bem mais
precioso que todos os tesouros dos egípcios. Foi pela fé que deixou o Egito,
não temendo a cólera do rei, com tanta segurança como estivesse vendo o
invisível. [Hb 11.24-27]
Quem É Sujo [suje-se], Quem é Limpo [limpe-se]
Quem é injusto, faça injustiça ainda: e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, santifique-se ainda. [Ap 22.11]
Quem é Limpo [Santo]
A
ordem para quem é limpo é limpar-se ainda mais, pois devemos ser perfeitos como
o Pai no Céu é perfeito. Como também está escrito:
Não que eu já tenha obtido tudo isso ou tenha sido
aperfeiçoado, mas prossigo para alcançá-lo, pois para isso também fui alcançado
por Cristo Jesus. Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma
coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as
que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado
celestial de Deus em Cristo Jesus. Todos nós que alcançamos a maturidade
devemos ver as coisas dessa forma, e se em algum aspecto vocês pensam de modo
diferente, isso também Deus lhes esclarecerá. [Fp 3.12-15]
É por
isso que se entende que há coisas que são lícitas, mas inconvenientes. Alguns
esforços empreendidos pelo povo de Deus para lograr uma resposta nesta vida
acabam por distraí-los do real propósito por que vive.
O
povo de Deus é também seu sacerdócio real e, por isso mesmo, deve
se apresentar como um bom soldado, perfeitamente alistado para o combate, não
devendo se embaraçar com coisas desta vida, como está escrito:
Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a
fim de agradar àquele que o alistou para a guerra. E, se alguém também milita,
não é coroado se não militar legitimamente. [2Tm 2.4-5]
Assim,
a consecução pelo soldado de Cristo de cada coisa desta vida deve ser feita a
fim de aprimoramento do alistamento, ou seja, a corrida do bom soldado é como
um fluxo do leito de um rio caudaloso, para o qual afluem as os demais rios
tributários; estes rios tributários contribuem para o volume do rio principal.
Dessa
forma, tudo que que um sacerdote real divino faz deve contribuir para o fluxo
deste rio caudaloso, que é sua carreira cristã. Portanto:
Considerai, pois, aquele que suportou tais contradições
dos pecadores contra si mesmo, para que não enfraqueçais, desfalecendo em
vossos ânimos. Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado.
[Hb 12.3-4]
Quem é Sujo
Por
sua vez, aquele que é sujo, deve-se sujar ainda, deve praticar injustiça ainda.
Mas
entendamos. Quem é sujo? Aquele que não quer ser limpo. É aquele que tomara
conhecimento do Evangelho de Cristo, mas o rejeitou. São aqueles que rejeitaram
a Deus, por escolherem viver para si mesmos.
O que
Jesus, a Resplandecente Estrela da Manhã, está dizendo é: o sujo escolheu viver
sua vida neste século. São os homens cuja recompensa está nesta vida, por isso
mesmo, eles devem aproveitar esta vida ao máximo, pois vindo a expirarem, não
haverá outra forma de satisfazer sua vontade, pois, como está escrito:
Da
mesma forma, como o homem está destinado a morrer uma só vez e depois disso
enfrentar o juízo [...] [Hb 9.27]
Tais
homens, passam, então, a experimentar das mais diversas impurezas buscando
satisfazer sua concupiscência, pois sua recompensa está nesta vida, e eles não
a querem perder por nada. Por isso, esses homens brigam para estarem nos
primeiros assentos, para serem lembrados, para ocuparem os melhores cargos, não
por mérito, mas por mera influência.
Essa
questão do mérito deve ser distinguida das demais, pois não se está a pregar,
aqui, que o Sacerdote de Cristo não deva buscar melhorar-se, mas entendendo que
cada busca dessa deve ser perseguida como meio de aprimoramento de sua carreira
junto a Deus.
O
mérito é o merecimento a determinada coisa, decorrente de um legítimo esforço
empreendido para sua conquista e difere-se da conquista a todo custo, sendo
este o método escolhido pelo injusto.
O Lícito e O Conveniente, O Médio e O Excelente
O que
alto se declara peregrino nesta terra, buscando uma pátria melhor, há de buscar
um caminho mais excelente, mais conveniente e que se manifesta através do amor,
pois está escrito:
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o
amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência,
não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a
injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo
suporta. O amor nunca falha [...] [1Co 13.4-8]
O
amor é sofredor. O sofrimento é da essência do próprio Deus [Sl 86.15 c/c
145.8]. O sofredor é aquele que prefere suportar o dano, mas não só isso, é
aquele que sabe escolher suas lutas, sabe por quais causas vale-se à pena lutar
e por quais vale-se à pena sofrer.
O
sofredor sabe a hora de falar e a hora de se calar. Como quando Moisés sofrera
a sedição de Arão e Miriam, mas resolveu calar-se e não se justificar, pois
sabia quem o justificava.
Também
o Apóstolo Paulo convoca os irmãos de Coríntios a sofrerem o dano diante de
alguma injustiça sofrida, em detrimento de levar as causas suscitadas entre
fiéis para serem julgadas pelos infiéis. Pois, por mais que seja lícito tal
litígio, fazê-lo não é excelente.
Porém
ao resolver sofrer, o Sacerdote de Cristo amontoa brasas sobre a cabeça do
inimigo, como está excelentemente escrito:
A ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas
honestas, perante todos os homens. Se for possível, quanto estiver em vós,
tende paz com todos os homens. Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai
lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o
Senhor. Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede,
dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua
cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem. [Rm 12.17-21]
Não
somos dos que esperam recompensa nesta vida, pois se alguém retribui da mesma
forma que é cometido, já alcançou seu galardão, isto é, a questão já está
resolvida, e Deus nada tem com isso, mas, se, por outro lado, resolve sofrer o
dano, mostrara a seu inimigo que é O Próprio Cristo que age através dela.
Se
então o inimigo continua a perseguir, não mais estará perseguindo-a, mas a
Deus, portanto, terá brasas sobre a cabeça dele. Quanto a isso, muito têm-se de
que falar, porém, não é o objeto deste artigo.
Mais
uma vez, não estou a estorvar a possibilidade de litígios frente a uma empresa,
ou de se entrar em um pleito para se reparar uma ofensa gratuita, ou um dano
causado por um produto viciado e coisas semelhantes.
Não
estou a pregar contrariamente a ineficácia e debilidade; também não estou
louvando a condescendência. Pois ao homem não é dado ser covarde, mas presente.
Porém espero de vós sabedoria para entenderdes o que se fala. Pois, por mais
que este artigo seja para despertamento, maiores são as Escrituras do que
qualquer outra obra.
O Medíocre
O medíocre, o mediano, nunca vai renunciar,
nunca recuará, nunca sofrerá, mas sempre buscará seu próprio interesse, pois
sua recompensa está nesta vida. Por isso mesmo, nós, que somos espirituais e
que discernimos tudo e de ninguém somos discernidos, devemos entender o porquê
do afinco com que essas pessoas agem quando da busca por seus direitos.
Eles
estão em seu último suspiro, pois na sepultura, para onde irão, não há
conhecimento, nem sabedoria, nem projeto. Por isso mesmo, vivem em busca do
elixir da juventude, da fórmula para a eternidade, procurando estender, nem que
saiba por mais um segundo, a extensão de sua miserável existência terrena.
Mas
nós não somos dos que procuram galardão nessa vida, somos dos que buscam uma
pátria mais excelente.
Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o
teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos
maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos
perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; Porque faz
que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e
injustos. Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os
publicanos também o mesmo? E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que
fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim? Sede vós pois perfeitos,
como é perfeito o vosso Pai que está nos céus. [Mt 5.43-48]
Lembrando-nos,
ainda, o seguinte:
E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como
ao Senhor, e não aos homens, Sabendo que recebereis do Senhor o galardão
da herança, porque a Cristo, o Senhor, servis. [Cl 3.23-24]
Por
isso, guardemo-nos de buscar recompensa humana para nossas ações, de fazermos
coisas para sermos reconhecido por homens, pois quem assim age não terá, em
citação livre, galardão junto ao Pai, que está nos céus [Mt 6.1].
A fim de acrescer àqueles que chegaram até ao fim deste artigo, segue uma forte ministração proferida pelo querido Juliano Son, a que vale à pena assistir:
Deus É Fiel!
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