Os Pensamentos e Caminhos de Deus

Os Pensamentos e Caminhos de Deus É comum ouvirmos pessoas evangélicas se dirigirem a Deus com as seguintes palavras: "seus caminhos são maiores que os meus, e seus pensamentos são melhores do que os meus". Todos que se dirigem assim a Deus, ao que parece, tem por base uma única passagem da bíblia, a saber: Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos , nem os vossos caminhos os meus caminhos , diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos. [Is 55.8-9] Mas será que isto está evangelicamente correto? Será que esta mensagem é dirigida aos filhos de Deus? Já, em eu vos questionar, vos incito a voltar ao texto e, se fizerdes uma leitura mais detida, percebereis que a resposta é NÃO . Se a resposta à pergunta acima posta é não , podemos afirmar, então, que os pensamentos e caminhos dos filhos de Deus são iguais aos p...

Homens Cuja Recompensa Está Nesta Vida

Homens Cuja Recompensa Está Nesta Vida [Sl 17.14]


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O que são os “os homens cuja recompensa está nesta vida”?  Vejamos, Jesus disse:

quem quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz e siga-me. Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á. [Mt 16.24-25].

Também o Escritor aos Hebreus informa-nos que os grandes homens, a nuvem de testemunhas, ou seja, aqueles que testemunharam da fé e, com sua vida, dão-nos o exemplo a ser seguido, deixando-nos claro, também, que buscavam uma pátria melhor do que a de onde saíram, a pátria celestial.

Na busca por essa pátria melhor, essas testemunhas deixaram-se serem maltratados, experimentaram açoites, escárnios, cadeias, prisões.

Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos ao fio da espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados (Dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, e montes, e pelas covas e cavernas da terra. [Hb 11.37-38]

Assim, desde logo, os homens cuja recompensa está nesta vida são todos aqueles que que se afastam do padrão supramencionado, são os que não renunciam a sua vida, antes a amam; são aqueles que buscam retornar ao lugar de onde saíram e não seguir para uma nova pátria. Tudo o que esses homens fazem encerra-se nesta vida. É por isso que Deus já os entregara a própria sorte.

 

Como achar uma vida melhor?

Percebemos, então, haver um padrão estabelecido por Deus, que revela a condição para que alguém possa achar sua vida, qual seja, primeiro perdê-la por amor de Jesus. É como somos informados:

Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; Somos reputados como ovelhas para o matadouro. [Rm 8.36]

A expressão “todo o dia” [ACF] é equivalente a expressão “o dia inteiro” [Versão Católica], mas, em algumas versões, em seu lugar, pode-se encontrar a expressão “todos os dias” [NVI].  A verdade é, todos os dias, durante todo o dia, somos desafiados a renunciarmos a nós mesmos.

Acontece que não é fácil cada pessoa renunciar a si mesma, deixando Cristo viver em cada uma de si, pois o padrão de vida de Cristo é o padrão de morte e não de vida. É a morte da satisfação pessoal, morte da imagem pessoal.

Geralmente, pessoas fazem questão de mostrar umas às outras que cada qual se encontra viva, aptas a fazerem o que quiserem. De que há um alguém dentro delas que não levará desaforo, alguém cuja imagem não pode ser maltratada por qualquer atitude alheia.

De modo algum, pessoas assim, permitir-se-ão parecerem mortas. Suas vontades, em regra, são o que deverá prevalecer, diante de uma situação de afronta; elas não estão prontas para ouvirem:

Na verdade, na verdade te digo que, quando eras mais moço, te cingias a ti mesmo, e andavas por onde querias; mas, quando já fores velho, estenderás as tuas mãos, e outro te cingirá, e te levará para onde tu não queiras.

E disse isto, significando com que morte havia ele de glorificar a Deus. E, dito isto, disse-lhe: Segue-me. [Jo 21.18-19]

 

Confrontando tais pessoas e ensinando aos seus como agirem, Jesus, quando de um de seus sermões [o da Montanha] [Mt. 6], porá em contraposição dois sistemas de recompensa: o terreno e o celestial. O terreno é recompensado com coisas desta vida, o celestial com coisa do Alto. Diante disso, temos, ainda, que a forma como cada um será recompensado dependerá da intenção que origina a prática de determinada atitude.

Jesus, ao citar algumas práticas religiosas envidadas pelos homens, chamou a atenção para o propósito que levava cada ação a ser praticada. Práticas como jejuar, orar e dar esmolas eram usadas para transmissão de uma imagem pessoal de piedade ou compaixão perante os homens. Ou seja, quem assim o fazia buscava ser aceito, estimado e citado pelos homens, como alguém altamente religioso.

Mas ao fazerem para serem vistos por homens, estes homens, chamados hipócritas, esqueciam-se de que a ordem para se fazer tais coisas decorriam de um princípio de origem celestial e não terreno. Porém, ao serem reconhecidos pelos homens, cada qual, por conseguinte, já terá recebido seu galardão, sua recompensa.

 

Justificação

Essa necessidade de justificação, decorre da tendência que cada ser humano tem de buscar preservar sua imagem ou de fazer para si uma imagem. A autoimagem passa a ser, assim, o tesouro para o qual atenta o coração. Contudo, a necessidade de pertencimento a determinado grupo específico, quando não satisfeita em verdade e sinceridade, é construída em cima de embustes.

Temos, como seres sociais e como seres relacionais que somos, necessidade de sermos pertencentes aos mais diversos grupos: ao grupo dos que sabem se defender; ao grupo dos que sabem se safar; ao grupo dos que sabem responder; ao grupo dos que sabem se vingar; ao grupo dos amigos influentes; ao grupo dos queridinhos do líder; ao grupo dos dominantes; ao grupo dos que sabem se ajudar, dos que não levam desaforo, dos estimados, dos lembrados, dos citados etc.

Essa necessidade de pertencimento, então, leva-nos a atitudes diversas, através das quais pensamos que, ao praticá-las, seremos incluídos ou aceitos naquilo que estimamos, naquilo onde está nosso coração, ou seja, naquilo onde está nosso tesouro, que é onde depositamos nossas expectativas.

Essas disputas por se incluir permeia toda esfera do homem, a social, a acadêmica, a espiritual, a religiosa, a familiar etc. Pode-se citar a disputa por um lugar no trânsito [para se pertencer ao grupo dos que não cedem para não parecer ingênuos]; a briga por um espaço de fala [para se pertencer àqueles que são ouvidos]; o revide a uma agressão injusta [para pertencemos àqueles que não levam desaforo]. Quem assim age já recebeu seu galardão.

Assim, todas as vezes que alguém pugna por manter uma imagem estimada de si mesmo e não para manter a imagem de Cristo, está por colocar, nisso, seu coração e é assim que esse alguém entesoura tais coisas. Quem assim age já recebeu seu galardão.

 Porém, se se observar, as Escrituras ensinam que se deve andar como Cristo andou. Também o Apóstolo Paulo convidou [1Co 11.1] os irmãos de Coríntios a imitarem-no, do mesmo modo que ele imitava a Cristo.

Esta requisição ou convocação paulina revela duas faces, a primeira é uma face positiva, segundo a qual deve-se imitar a Paulo como [à medida que] Paulo imita a Cristo, a segunda é uma face negativa, segundo a qual, não se deve imitar a Paulo, naquilo [ou à medida que] Paulo não imite a Cristo.

Nesse mesmo sentido, as Escrituras explicam que Moisés rejeitou ser chamado de filho de Faraó para preferir sofrer com o povo de Deus. Como está escrito:

Foi pela fé que Moisés, uma vez crescido, renunciou a ser tido como filho da filha do faraó, preferindo participar da sorte infeliz do povo de Deus, a fruir dos prazeres culpáveis e passageiros. Com os olhos fixos na recompensa, considerava os ultrajes por amor de Cristo como um bem mais precioso que todos os tesouros dos egípcios. Foi pela fé que deixou o Egito, não temendo a cólera do rei, com tanta segurança como estivesse vendo o invisível. [Hb 11.24-27]

 

Quem É Sujo [suje-se], Quem é Limpo [limpe-se]

Quem é injusto, faça injustiça ainda: e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, santifique-se ainda. [Ap 22.11]


Quem é Limpo [Santo]

A ordem para quem é limpo é limpar-se ainda mais, pois devemos ser perfeitos como o Pai no Céu é perfeito. Como também está escrito:

Não que eu já tenha obtido tudo isso ou tenha sido aperfeiçoado, mas prossigo para alcançá-lo, pois para isso também fui alcançado por Cristo Jesus. Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus. Todos nós que alcançamos a maturidade devemos ver as coisas dessa forma, e se em algum aspecto vocês pensam de modo diferente, isso também Deus lhes esclarecerá. [Fp 3.12-15]

É por isso que se entende que há coisas que são lícitas, mas inconvenientes. Alguns esforços empreendidos pelo povo de Deus para lograr uma resposta nesta vida acabam por distraí-los do real propósito por que vive.

O povo de Deus é também seu sacerdócio real e, por isso mesmo, deve se apresentar como um bom soldado, perfeitamente alistado para o combate, não devendo se embaraçar com coisas desta vida, como está escrito:

Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra. E, se alguém também milita, não é coroado se não militar legitimamente. [2Tm 2.4-5]

Assim, a consecução pelo soldado de Cristo de cada coisa desta vida deve ser feita a fim de aprimoramento do alistamento, ou seja, a corrida do bom soldado é como um fluxo do leito de um rio caudaloso, para o qual afluem as os demais rios tributários; estes rios tributários contribuem para o volume do rio principal.

Dessa forma, tudo que que um sacerdote real divino faz deve contribuir para o fluxo deste rio caudaloso, que é sua carreira cristã. Portanto:

Considerai, pois, aquele que suportou tais contradições dos pecadores contra si mesmo, para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos. Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado. [Hb 12.3-4]

 

Quem é Sujo

Por sua vez, aquele que é sujo, deve-se sujar ainda, deve praticar injustiça ainda.

Mas entendamos. Quem é sujo? Aquele que não quer ser limpo. É aquele que tomara conhecimento do Evangelho de Cristo, mas o rejeitou. São aqueles que rejeitaram a Deus, por escolherem viver para si mesmos.

 

O que Jesus, a Resplandecente Estrela da Manhã, está dizendo é: o sujo escolheu viver sua vida neste século. São os homens cuja recompensa está nesta vida, por isso mesmo, eles devem aproveitar esta vida ao máximo, pois vindo a expirarem, não haverá outra forma de satisfazer sua vontade, pois, como está escrito:

Da mesma forma, como o homem está destinado a morrer uma só vez e depois disso enfrentar o juízo [...] [Hb 9.27]

Tais homens, passam, então, a experimentar das mais diversas impurezas buscando satisfazer sua concupiscência, pois sua recompensa está nesta vida, e eles não a querem perder por nada. Por isso, esses homens brigam para estarem nos primeiros assentos, para serem lembrados, para ocuparem os melhores cargos, não por mérito, mas por mera influência.

Essa questão do mérito deve ser distinguida das demais, pois não se está a pregar, aqui, que o Sacerdote de Cristo não deva buscar melhorar-se, mas entendendo que cada busca dessa deve ser perseguida como meio de aprimoramento de sua carreira junto a Deus.

O mérito é o merecimento a determinada coisa, decorrente de um legítimo esforço empreendido para sua conquista e difere-se da conquista a todo custo, sendo este o método escolhido pelo injusto.

 

O Lícito e O Conveniente, O Médio e O Excelente


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O que alto se declara peregrino nesta terra, buscando uma pátria melhor, há de buscar um caminho mais excelente, mais conveniente e que se manifesta através do amor, pois está escrito:

O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha [...] [1Co 13.4-8]

O amor é sofredor. O sofrimento é da essência do próprio Deus [Sl 86.15 c/c 145.8]. O sofredor é aquele que prefere suportar o dano, mas não só isso, é aquele que sabe escolher suas lutas, sabe por quais causas vale-se à pena lutar e por quais vale-se à pena sofrer.

O sofredor sabe a hora de falar e a hora de se calar. Como quando Moisés sofrera a sedição de Arão e Miriam, mas resolveu calar-se e não se justificar, pois sabia quem o justificava.

Também o Apóstolo Paulo convoca os irmãos de Coríntios a sofrerem o dano diante de alguma injustiça sofrida, em detrimento de levar as causas suscitadas entre fiéis para serem julgadas pelos infiéis. Pois, por mais que seja lícito tal litígio, fazê-lo não é excelente.

Porém ao resolver sofrer, o Sacerdote de Cristo amontoa brasas sobre a cabeça do inimigo, como está excelentemente escrito:

A ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas honestas, perante todos os homens. Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens. Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor. Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem. [Rm 12.17-21]

Não somos dos que esperam recompensa nesta vida, pois se alguém retribui da mesma forma que é cometido, já alcançou seu galardão, isto é, a questão já está resolvida, e Deus nada tem com isso, mas, se, por outro lado, resolve sofrer o dano, mostrara a seu inimigo que é O Próprio Cristo que age através dela.

Se então o inimigo continua a perseguir, não mais estará perseguindo-a, mas a Deus, portanto, terá brasas sobre a cabeça dele. Quanto a isso, muito têm-se de que falar, porém, não é o objeto deste artigo.

Mais uma vez, não estou a estorvar a possibilidade de litígios frente a uma empresa, ou de se entrar em um pleito para se reparar uma ofensa gratuita, ou um dano causado por um produto viciado e coisas semelhantes.

Não estou a pregar contrariamente a ineficácia e debilidade; também não estou louvando a condescendência. Pois ao homem não é dado ser covarde, mas presente. Porém espero de vós sabedoria para entenderdes o que se fala. Pois, por mais que este artigo seja para despertamento, maiores são as Escrituras do que qualquer outra obra.

 

O Medíocre

 O medíocre, o mediano, nunca vai renunciar, nunca recuará, nunca sofrerá, mas sempre buscará seu próprio interesse, pois sua recompensa está nesta vida. Por isso mesmo, nós, que somos espirituais e que discernimos tudo e de ninguém somos discernidos, devemos entender o porquê do afinco com que essas pessoas agem quando da busca por seus direitos.

Eles estão em seu último suspiro, pois na sepultura, para onde irão, não há conhecimento, nem sabedoria, nem projeto. Por isso mesmo, vivem em busca do elixir da juventude, da fórmula para a eternidade, procurando estender, nem que saiba por mais um segundo, a extensão de sua miserável existência terrena.

Mas nós não somos dos que procuram galardão nessa vida, somos dos que buscam uma pátria mais excelente.

Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; Porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos. Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim? Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus. [Mt 5.43-48]

Lembrando-nos, ainda, o seguinte:

E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens, Sabendo que recebereis do Senhor o galardão da herança, porque a Cristo, o Senhor, servis. [Cl 3.23-24]

 

Por isso, guardemo-nos de buscar recompensa humana para nossas ações, de fazermos coisas para sermos reconhecido por homens, pois quem assim age não terá, em citação livre, galardão junto ao Pai, que está nos céus [Mt 6.1].

A fim de acrescer àqueles que chegaram até ao fim deste artigo, segue uma forte ministração proferida pelo querido Juliano Son, a que vale à pena assistir:




Deus É Fiel!


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