Não Veem, Não Ouvem e Não Falam [Salmo 115]
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Não Veem, Não Ouvem e Não Falam [Salmo 115]
No Salmo
115, o salmista nos informa que as pessoas que fazem ídolos e nestes confiam
tornam-se como esses ídolos.
Abrindo
um breve parêntese a essa afirmação, temos que, ultimamente, as pessoas têm
andado muito preocupadas com sua saúde, pois tem-se entendido que “a
pessoa é aquilo que come”, no sentido de que a pessoa será saudável, se
se alimentar igualmente saudável. Como a saúde está atrelada à longevidade,
aqueles que querem ter uma vida longeva, primeiro deve se ocupar de sua
alimentação.
Uma pessoa vegetariana, por exemplo, é a que procura eliminar alimento de origem animal de sua dieta, por sua vez, uma pessoa vegana é aquela conhecida não só por se abster de alimento de origem animal, mas também por estender esse conceito a seu modo de vida, como modo de se vestir, uso de cosmético e outras formas de consumo.
Falando,
agora, a espirituais, o homem espiritual é espiritualmente aquilo que come, ou
seja, a pessoa é produto do que come espiritualmente. Se alguém
se alimenta de Jesus, esse alguém torna-se similar a Jesus, se, por outro lado, se alimenta de ídolos, tornar-se similar aos ídolos.
Para reforçar
o entendimento, uma outra expressão cujo objetivo é definir a pessoa por uma
atitude ou comportamento é “me diga com quem andas que te direi quem tu
és”. Por essa expressão, a
pessoa já passa a ser definida pelas pessoas com as quais convive. Dela é
corolário a expressão “quem anda com porcos farelo come”.
Ou seja,
no processo de convivência, as pessoas se alimentam do comportamento uma das outras,
ou seja, a pessoa se “alimenta” dos bons ou maus comportamentos que porventura
possa ser praticado pelas pessoas com as quais convive.
Pois
é, quando se convive com alguém, quando se participa de seus hábitos, há um
cambiamento de comportamentos e costumes, momento em que uma pessoa aprende
com a outra e a outra com a uma, dessa
forma, a própria convivência revela-se um processo mútuo de retroalimentação [feedback],
onde cada pessoa alimenta a outra com aquilo que é.
Por
isso, a palavra comer tem não só seu sentido literal mas também
um sentido figurado para se referir às diversas áreas da vida.
Como
sentido figurado valho-me da expressão de que O SENHOR se utiliza para falar com
Ezequiel:
Filho do homem, dá de comer ao teu ventre, e enche
as tuas entranhas deste rolo que eu te dou. Então o comi, e era na minha
boca doce como o mel. [Ez 3.3]
Tal
expressão revela, assim, que a leitura, isto é, a colheita das palavras do rolo
pelo interior do homem, é um processo de se comer.
Emprestando-me
do sentido figurado da palavra ‘comer’ e entendendo-a como uma expressão que
revela algo que a pessoa absorve, assimila, interioriza ou aprende, pode-se
entender, por conseguinte, que a expressão “a pessoa é aquilo que come” revela
que a pessoa é o produto do que come nas mais diversas áreas da vida humana —
acadêmica, profissional, espiritual, religiosa, física, política, emocional,
socio-fraternal etc. —.
Retomando
a mensagem do salmo 115, entendemos que o salmista percebeu que as pessoas que conviviam
com os ídolos passavam a parecer-se espiritualmente com estes, pois se
alimentavam do que os ídolos tinham para dar.
A Imitação pela Convivência
Certa
vez, quando da crucificação de Cristo, estando Simão Pedro assistindo ao
julgamento daquEle, ao longe, algumas das pessoas que para ali acudiram, a fim
de assistir ao julgamento, disseram-no [a Pedro]:
Verdadeiramente também tu és deles, pois a tua fala te
denuncia. [Mt 26.73b]
Certamente
o sotaque galileu de Pedro era algo dissonante entre os presentes, estando mais
consoante com o sotaque, também galileu, de Jesus.
As pessoas são assim, imitadoras por natureza — em sua forma de pensar, agir, falar, vestir, comer —, pois cada esfera da vida de alguém revela um costume reproduzido no meio em que esse alguém vive.
É com esse gancho que trarei aqui uma das mensagens mais determinantes das Escrituras, o Salmo 115. Neste Salmo, ao falar dos gentios [não-judeus] e de seus deuses [ídolos], o salmista dirá [vv 4-7]:
Os
ídolos deles são prata e ouro, obra das mãos dos homens.
Têm
boca, mas não falam; olhos têm, mas não vêem.
Têm
ouvidos, mas não ouvem; narizes têm, mas não cheiram.
Têm mãos, mas não apalpam; pés têm, mas não andam;
nem som algum sai da sua garganta.
Após caracterizar
os ídolos, o salmista arremata, informando [v 8]:
Tornem-se
semelhantes a eles os que os fazem e todos os que neles confiam [ARC].
Esta última
frase, extraída das Escrituras, versão Almeira Revista e Corrigida – ARC, encontra-se
flexionada no presente do subjuntivo, o que revela um imperativo [ordem], ou
uma optação [desejo]. Sendo uma ou outra forma de expressão, a verdade é
extraída pela realidade das coisas, o que, diante de Deus, é percebida pela
vida ou pela morte espiritual do homem, o que será visto mais adiante.
A Nova
Versão Internacional [NVI] das Escrituras põe esta frase de forma bastante similar
à posta pela versão ARC:
Tonem-se como eles aqueles que os
fazem e todos os que neles confiam.
Por sua vez a versão Jerusalém das
Escrituras, Nova Edição, Revista e Ampliada – NERA, põe esta frase da seguinte
forma:
Os
que os fazem ficam como eles, todos aqueles que neles confiam.
Ou seja,
não há nem uma expressão imperativa nem um desejo, mas uma declaração, de
aspecto presente, de uma consequência, advinda de uma ação idólatra. Os que
fundem imagem para adorá-la, tornam-se a sua semelhança.
A versão King James Fiel [KJF]
das Escrituras põe da seguinte forma:
Aqueles que os fazem são como eles; assim também é cada
um que neles confia.
Também uma declaração de aspecto
presente.
Nesse mesmo sentido é a forma
como a versão Tradução do Novo Mundo das Escrituras – TNM põe:
As
pessoas que os fazem ficarão iguais a eles, e também todos os que neles confiam.
Também uma declaração, agora, de
aspecto futuro.
Essas
três últimas formas postas, a NERA, a KJF e a TNM, levam-nos a crer que a ARC e
a NVI expõem, na verdade, uma expressão imperativa, pois revela que é ou que
será, uma consequência de todos que confeccionam ídolos tornarem-se como estes.
À Semelhança
Deus fez-nos
a sua imagem conforme sua semelhança [Gn 1.26] e, se Deus é Espírito [Jo 4.24a],
assemelhamo-nos a Ele, espiritualmente. Assim, há uma diferença entre o
espiritual e o natural, como está escrito em 2Co 2.14-15:
Ora, o
homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem
loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.
Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de
ninguém é discernido.
No princípio,
todos eram espirituais, mas caído que foi o homem [o 1.º Adão], este perdeu a
semelhança de Deus, porém, vindo Jesus [o último Adão], por seu sangue, tornou a dar
ao homem a semelhança de Deus.
De toda
sorte, a semelhança que temos hoje é parcial, como se diz [1Co 13.9-10,12]:
Porque,
em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;
Mas, quando
vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.
[...]
Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então
veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também
sou conhecido.
Como também está escrito [1Jo
3.2]
Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se
manifestou o que havemos de ser, mas sabemos que, quando ele se manifestar,
seremos semelhantes a ele, pois o veremos como ele é.
Cotejando
as duas passagens, uma escrita por Paulo e a outra pelo Apóstolo João, temos
que a nossa semelhança a Deus, hoje, é parcial, pois aquilo que é em parte,
isto é, aquilo que é parcial, só será aniquilado, quando vier aquele
que é perfeito. Ou seja, quando ele se manifestar, seremos semelhantes
a ele e a prova dessa informação é que o veremos como ele é, pois o
veremos face a face e, da mesma forma que ele nos conhece, o
conheceremos.
Hoje estamos
neste tabernáculo [neste corpo corruptível (2Pe 1.14)], mas um dia estaremos em
um corpo incorruptível, pois:
"O
primeiro homem, Adão, tornou-se um ser vivente"; o último Adão, espírito
vivificante.
Não foi o
espiritual que veio antes, mas o natural; depois dele, o espiritual.
O
primeiro homem era do pó da terra; o segundo homem, do céu. [1Co 15.45-47]
Conclui-se,
então, que:
Os que
são da terra são semelhantes ao homem terreno; os que são do céu, ao homem
celestial.
Assim como tivemos a imagem do homem terreno, teremos
também a imagem do homem celestial. [1Co 15.48-49]
Assim,
como habitantes deste tabernáculo terreno, temos a semelhança do primeiro Adão,
que, entre muitos aspectos, foi semelhante a Deus, mormente em seu aspecto
espiritual. Perdida que foi a semelhança do aspecto espiritual, quando da
queda, restou aos descendentes do primeiro Adão a semelhança do terreno, porém,
o último Adão, Jesus, restaurou-nos a semelhança ao celestial, mas que só será
perfeita quando de seu retorno, do retorno de Jesus. Como Ele mesmo
disse:
Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem, que está no céu. [Jo 3.13]
Assim, também:
Ora, isto
- ele subiu - que é, senão que também antes tinha descido às partes mais baixas
da terra?
Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de
todos os céus, para cumprir todas as coisas. [Ef 4.9-10]
Deus
não só nos fez a sua semelhança mas também nos convida a sermos-lhe semelhantes.
Ora, se a imagem de Deus é a imagem de seu Filho [Cl 1.15], somos também filhos
[Rm 8.15-16], portanto, somos a imagem e semelhança de Deus, por meio do
Espírito Santo.
À Dessemelhança
Se o espiritual
é semelhante ao celestial, o natural é dessemelhante a ambos, pois o espiritual
e o celestial são um.
Não é
porque estamos na terra que somos terrenos, pois há o espiritual que mora no
Céu e o espiritual que está em trânsito na Terra, pois, pelo sangue de
Cristo, foram reconciliadas todas as coisas, tanto as que estão na terra
quanto as que estão no céu [Cl 1.15].
Mas os
que não foram reconciliados, pois não aceitaram o ministério da reconciliação,
permanecem à semelhança do homem terreno. Isso pois o homem assemelha-se àquilo
que professa e crê, ao que está intimamente ligado; o natural assemelha-se ao terreno
e o espiritual ao celestial.
Éramos,
como diz as escrituras, como deuses, feitos à semelhança do divino, mas muitos
de nós declinaram da fé, apostatando-se:
Eu disse:
Vós sois deuses, e todos vós filhos do Altíssimo.
Todavia morrereis como homens, e caireis como qualquer
dos príncipes. [Sl 82.6-7]
Quando
há corrupção, há, juntamente, a destituição da condição de filho:
Corromperam-se contra ele; não são
seus filhos, mas a sua mancha; geração perversa e distorcida é. [Dt 32.5]
[ARA e ACF]
Se não
são filhos, não são à semelhança de Deus, pois a imagem de Deus, como se viu, é
a imagem de seu Filho. Deixam, assim, de ser à semelhança do divino, para ser à
semelhança do terreno.
Se, à
luz das Escrituras, o filho é a imagem
de seu pai, os que têm por pai ao diabo, são a imagem deste. Quem é filho do
diabo procura fazer a vontade deste, proferindo mentiras e odiando à verdade.
Analisando,
então, as características daqueles que erigem ídolos não só externos mas também
internos, temos que aqueles são/serão a imagem dos ídolos criados.
Os Filhos de Deus e os filhos das trevas
Se um filho biológico é semelhante a seu pai biológico, um filho espiritual é semelhante a seu pai espiritual. Mas por que os filhos do diabo não são chamados, também, de homens espirituais, se seu pai é um ser espiritual, mas são chamado de naturais e, por sua vez, os filhos de Deus são chamados de homens espirituais?
Acontece
que os filhos do diabo, procuram fazer a vontade do diabo, e este lhes
transmite uma realidade espiritual distorcida da verdade e, portanto, da vida,
por isso, no mundo espiritual, os que operam pela vontade do maligno estão
mortos, mortos espiritualmente.
Nessa
condição de morto também estávamos, antes de sermos vivificados, como se vê:
Ele vos deu a vida quando estáveis mortos pelos vossos delitos e pecados, nos quais noutro tempo andastes conforme o curso deste mundo, segundo o chefe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência [...] [Ef 2.1-2]
Também,
em outro momento, diz:
[...]
mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos [...] [Rm 6.13]
Assim,
percebe-se que aquele que opera segundo o curso do maligno são guiados segundo
a concupiscência da carne, não são guiados, assim, pelo Espírito Santo. O espírito
maligno opera sobre os membros do homem, já O Espírito de Deus opera no
espírito do homem, dando-lhe um espírito recriado por Deus.
O Espírito
de Deus não opera na carne, antes procura a todo tempo subjugá-la, para que a
vontade desta não seja alcançada. Como está escrito:
Digo, porém: Andai em
Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne.
Porque
a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se
um ao outro, para que não façais o que quereis. [Gl 5.16-17]
Assim,
é no homem interior que O Espírito de Deus opera, o que pode ser
confirmado pelas passagens de Efésios 3.16, II Coríntios 4.16 e Romanos 7.22.
Tem olhos, mas não veem
O que
adianta, então terem olhos mas não conseguirem ver?
Pelo que se depreende das Escrituras, os segredos de Deus são para aqueles que O
temem, a quem Deus mostrará sua aliança [Sl 26.14]. A aliança de Deus não
será, portanto, mostrada a quem não O teme.
Assim,
os filhos do maligno estão cegos duas vezes: primeiro porque Deus é o Deus que
se oculta [Is 45.15]; depois porque o próprio satanás cega o entendimento de
seus filhos:
[...]
o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não
resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.
[2Co 4.4]
Nesse
sentido, os filhos do diabo, veem o reino espiritual de modo distorcido, não o veem
descoberto, por isso mesmo, vivem segundo o curso deste século, naturalmente. Por
isso são tidos como homens naturais. Como está escrito:
Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste
mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera
nos filhos da desobediência. [Ef 2.2]
O Profeta
Isaías [cap. 59 vv. 9-10], ao tratar falar daqueles que abandonaram o caminho
da justiça, informa que eles não conhecem o caminho da luz e, ainda que esperem
pela luz, só veem trevas, ainda que esperem pelo resplendor, só andam em escuridão;
apalpam as paredes como cegos..., tropeçando em horário de meio-dia, como se
estivessem em trevas. Nesse mesmo sentido, o profeta Oseias [4.5].
É como
diz o provérbio [Pv 4.19]:
O caminho dos ímpios é como a escuridão; nem sabem em que
tropeçam.
Assim,
o que adianta se ter olhos, se não se consegue enxergar o que importa. Por isso
se diz: têm olhos, mas não veem.
Disse Jesus: "Eu vim a este mundo para julgamento, a
fim de que os cegos vejam e os que veem se tornem cegos". [Jo 9.39]
A forma
como Jesus exercia seu ministério provocava cegueira nos soberbos, nos ricos de
si mesmos.
Têm boca mais não falam
Da mesma
forma, o que adianta se ter boa e não poder falar? Percebe-se que o homem que
segue o curso do maligno torna-se inferior às coisas inanimadas [desprovidas de
alma], pois até os elementos celestes falam:
Não há linguagem nem fala onde não se ouça a sua voz. [Sl
19.3]
Não se quer dizer que são desprovidos de vozes, mas, “em terra de surdo, quem fala torna-se mudo”. Não adianta se ter voz, quando a pessoa com quem se quer comunicar não ouve.
Assim
é como Deus se porta para aqueles que não o temem, Deus se faz de surdo para com eles, de modo
que clamor e orações deles não são ouvidas diante de Deus:
Clamaram, mas não houve quem os livrasse; até ao Senhor, mas ele não lhes respondeu. [Sl 18.41]
O próprio
salmista diz:
Se
eu atender à iniquidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá [...] [Sl 66.18]
Como também
em outra passagem:
Ora, nós sabemos que Deus não ouve a pecadores; mas, se
alguém é temente a Deus, e faz a sua vontade, a esse ouve. [Jo 9.31]
Assim,
o pecador, para Deus, é como uma pessoa muda:
Por isso, quando estendeis as vossas mãos, escondo de vós
os meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei,
porque as vossas mãos estão cheias de sangue. [Is 1.15]
Isso
porque O SENHOR está longe dos ímpios, mas ouvirá a oração do justo [Pv
15.29], como também:
Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o
vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos
ouça. [Is 59.2]
A
Palavra de Deus está cheia de ensinamento com o fim de instruir-nos a uma
intimidade com Deus, tudo, então, que os contrarie levará ao homem para um
caminho de morte.
Têm ouvidos, mas não ouvem
O que
adianta se ter ouvidos, mas não se conseguir ouvir?
Igualmente
não conseguirem ver ou se fazerem ouvir, os filhos das trevas não conseguem ser
instruídos por Deus, isto é, não conseguem ouvir a Deus. Como disse Jesus:
Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas
ovelhas, e das minhas sou conhecido.
[..]
Mas vós não credes porque não sois das
minhas ovelhas, como já vo-lo tenho dito.
As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem [...] [Jo 10.14; 26-27]
Quando
alguém já está comprometido com o mal, não consegue mais ouvir a voz de Deus,
momento em que o próprio Deus já os entrega ao maligno. Assim, foi com os
filhos de Eli, Hofni e Fineias, não conheciam a Deus, ainda que filhos de
Sacerdote, e, quando repreendidos por seu pai Eli, não o ouviram, pois O
SENHOR queria matá-los [1Sm 2.25]
Cumpre-se,
então, na vida daqueles que se entregaram ao mal o que está escrito pelo
Profeta Isaías [6.9-10]:
Então
disse ele: Vai, e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes,
em verdade, mas não percebeis.
Engorda o coração deste povo, e faze-lhe pesados os
ouvidos, e fecha-lhe os olhos; para que ele não veja com os seus olhos, e não
ouça com os seus ouvidos, nem entenda com o seu coração, nem se converta e seja
sarado.
Considerações
Ao se
ler o Salmo 115, vê-se a sentença para aqueles que fazem para si imagens de
fundição, para adorá-las: "tornam-se como elas os que as fazem e os que nelas acreditam". Se olharmos, porém, para a Palavra de Deus, com olhos encobertos por escamas, dificilmente encontraremos o real
sentido da mensagem.
Os ídolos
[deuses], naquela realidade, eram externados através de imagens, porém, sabemos
que há muitos deuses que são construídos apenas como produto do intelecto
humano e que não tomam forma material, mas se revelam em atos e comportamentos,
como, por exemplo, a avareza, que também é idolatria [Cl 3.5; Ef 5.5].
Vê-se
que, claramente, o Sl 115 não se está a tratar de limitações biológicas, mas de
tropeços e limitações no plano espiritual, pois, assim como o inimigo está
limitado, para não entender as coisas de Deus, também seus súditos o estão.
Tudo
o que um líder possui é o máximo que ele poderá passar a seu liderado. Estando o satanás
limitado às coisas naturais, como, então, ele poderá instruir seus asseclas nas
questões espirituais?
O próprio
Jesus falou:
[...] Para trás de mim, Satanás, que me serves de
escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que
são dos homens. [Mt 16.23]
Ou seja,
o satanás não entende das coisas de Deus, mas apenas as dos homens. Como pode
um cego guiar a outro cego, ambos não cairão no buraco? Tal fato corrobora o motivo pelo qual os filhos do maligno são chamados de homens naturais. É por andarem segundo
o curso natural da vida, movidos pelo que veem os olhos e pelo que ouvem os
ouvidos, seres meramente sensitivos.
Não são
assim os que estão em Cristo Jesus, pois para eles, tudo se fez novo, as coisas
velhas se passaram, pois nova criatura é. [2Co 5.17]
Outrossim,
não se trata de um desejo do salmista que as pessoas que confeccionam ídolos e
neles confiam tornem-se como estes, mas, na verdade, é uma realidade que se revela
como consequência dos próprios atos idólatras.
Nós, que somos da luz, não andemos, pois, de forma a criar para nós mesmo ídolos; não erijamos para nós mesmo deuses que não podem salvar, deuses como o egoísmo, como o individualismo, como a inveja, como a glutonaria, como a avareza e coisas semelhantes a essas.
Deus É Fiel!
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