Não há Quem Busque a DEUS
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Não há Quem Busque a DEUS
Vamos
analisar, nesta oportunidade, a busca a Deus, através das expressões CLAMAR A DEUS e CLAMAR POR DEUS.
A expressão
“não há quem busque a Deus” tornou-se frequente dentro dos relatos das
Escrituras. Homens de Deus, em determinado momento, se viram às voltas de pessoas
tão más, que o parco número de pessoas boas não era suficiente para que a vida
lhes transmitisse alento.
Não foram
poucos os exemplos sobre homens de Deus que tiveram de sofrer sua perversa
geração, sentindo-se sozinho, em meio à multidão, sem conseguir perceber alguém
que buscasse a Deus. Essa expressão alcançou vez na vida de Elias: “e só eu fiquei” [1Rs
19.14]; Salomão: “um homem entre mil achei
eu” [Ec 7.28] e na vida de muitos outros.
O próprio
Davi, interpretando o ponto de vista divino, informa que Deus olhou desde seu Santo
Lugar, com o objetivo de encontrar alguém que O buscasse, mas “todos se desviaram”
[Sl 14.3], não havendo quem fizesse o bem.
Essa mesma
perspectiva divina, foi captada pelo profeta Isaías: “E vendo que ninguém havia, maravilhou-se de que não
houvesse um intercessor” e “E olhei, e não havia quem me ajudasse; e admirei-me de
não haver quem me sustivesse [...]” [Is
59.16 c/c 63.5].
Também
o profeta Ezequiel:
E busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o
muro, e estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que eu não a
destruísse; porém a ninguém achei. [Ez 22.30]
Mas o
que a expressão “buscar a Deus” transmite em verdade? Essa ação está
muito bem representada por outra expressão que se faz muito presente nas
Escrituras, qual seja, clamar por Deus, que, por sua vez, se difere da
expressão clamar a Deus.
Clamar A e Clamar Por
Dentro
do contexto escriturístico, o que seria clamar a Deus? E o que seria clamar
por Deus? Seriam, ambas, expressões que apontam para o mesmo fim? É isso
que este artigo procurará responder, cotejando cada expressão, ainda que não
exaustivamente, com a mensagem que o contexto, na qual estão inseridas,
apresenta.
Se
perceberá que a expressão clamar por Deus está posta com o mesmo sentido
de buscar a Deus, buscar a pessoa de Deus e querê-lo, bem como pugnar
por mais de Deus. Tudo isso representa a obrigação de todos que queiram de
Deus ser íntimo.
Não
se assemelham, por outro lado, à expressão clamar a Deus. Quando se vê,
nas Escrituras, a expressão clamar a Deus, geralmente se encontra associada a
um pedido de ajuda, de livramento, cura etc.
Pois
é, buscar a Deus [i.e., clamar por Deus] é mais do que clamar a Deus.
Enquanto clamar a Deus é ação disponível a todas as pessoas, clamar
por Deus ou buscá-Lo, apesar de também ser possível a todos, é ato praticado por aqueles que O temem e O
amam.
Quem
desconhece a exortação do profeta Isaías [55.6] que nos insta a “buscar ao
SENHOR, enquanto se pode achá-lo, e invocá-lo enquanto Ele se encontra por
perto”?
COMO TUDO COMEÇA
Entendamos!
No princípio a terra era sem forma e vazia. Nesse tempo, não havia busca
por Deus nem se fazia menção a seu nome. Deus então cria os mundos
e, com eles, cria também seu Nome e Sobrenome, então, a partir desses, o Nome
de Deus será mencionado. A própria natureza das coisas passa a remeter a seu
Criador, pois este imprimira, na Criação, sua identidade.
No
início, quando do vazio, do caos, das trevas e da informidade, não havia menção
a Deus, pois não havia algo ou alguém que cumprisse essa missão. Se havia
alguma menção a Deus, tal menção era de Deus para Si mesmo. Agora, porém, a
partir da criação da Luz, Deus começa a constituir para si um Nome.
Pela
própria Criação, isto é, por sua paternidade ou senhorio, as pessoas passam a
se referir a Deus. Por exemplo, temos quando Melquisedeque encontrara Abrão,
que voltava do resgate a seu sobrinho, Ló:
Bendito seja Abrão, pelo Deus Altíssimo, Criador dos céus
e da terra [Gn 14.19].
Ou
seja, ao se referir a Deus, Melquisedeque se utiliza de duas características
divinas que foram estabelecidas após [ou junto com] a criação, a saber, Altíssimo
[pois Deus está posto, no mais alto lugar] e Criador [reconhecendo que
tudo fora feito por Ele].
A
própria Natureza passa a fazer menção a Deus, pela forma como está constituída
e dispostas, bem como por seus sinais e presságios. Como se diz em Salmo
19.1-3:
Os céus declaram a glória de Deus e o
firmamento anuncia a obra das suas mãos.
Um dia faz declaração a outro dia, e uma
noite mostra sabedoria a outra noite.
Não há linguagem nem fala onde não se ouça
a sua voz.
Ou
como está escrito também em Romanos 1.18-22:
Porque do céu se manifesta a ira de Deus
sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em
injustiça.
Porquanto o que de Deus se pode conhecer
neles se manifesta, porque Deus lho manifestou.
Porque as suas coisas invisíveis, desde a
criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem,
e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem
inescusáveis;
Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o
glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se
desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu.
Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.
Entendido
este primeiro ponto, passemos a entender o que é CLAMAR A DEUS e o que é CLAMAR POR DEUS.
Clamar a Deus
A
expressão clamar a Deus denota uma situação em que a pessoa que clama
está precisando da resolução de uma difícil situação.
Nas
Escrituras podemos perceber inúmeros relatos, em que o clamador demonstra precisar de um socorro iminente. Pode-se dizer que o clamor direcionado a Deus
é um modelo de grito por socorro.
De um
modo mais geral, o clamor a Deus transmite uma mensagem cujo teor é uma
solicitação de ajuda em decorrência do enfrentamento de alguma grande
adversidade. Por assim dizer, o clamador, quando da realização do clamor, não
está buscando um estreitamento do relacionamento de si para com Deus.
O clamar
a Deus traduz-se em um clamor pela intervenção divina e não em um clamor
pela pessoa divina. Por assim dizer e como já o dissemos, o elemento base, i.e.,
o elemento primeiro para o clamor a Deus é um perigo de vida, ou seja, quando a
vida de alguém ou algo que, de algum modo, afete-a esteja acontecendo.
Extraímos
isso de uma análise do próprio texto sagrado. Exemplos:
Na minha angústia clamei ao SENHOR, e me ouviu.
[Sl 120.1];
Com a minha voz clamei ao SENHOR; com a minha voz supliquei
ao SENHOR. [Sl 142.1];
E clamaram ao Senhor
na sua angústia, e os livrou das suas dificuldades. [Sl 107.6];
Os justos clamam, e o Senhor os ouve, e os livra
de todas as suas angústias. [Sl 34.17];
Senhor meu Deus, clamei a ti, e tu me saraste. [Sl
30.2]
Percebemos
que existe uma condição para o clamor ser respondido por Deus: que o clamador
seja justo e que também atendam a Deus quando este falar-lhes.
O
justo é aquele que pratica a justiça, que atenta para a lei perfeita dO SENHOR.
Quando, porém, o clamador não é justo, é provável que não seja ouvido e não
alcance livramento. Como está escrito:
Ora, nós sabemos que Deus não ouve a pecadores;
mas, se alguém é temente a Deus, e faz a sua vontade, a esse ouve. [Jo 9.31];
Como
também está escrito:
O meu Deus os rejeitará, porque não o ouviram, e
errantes andarão entre as nações. [Os 9.17]
Assim,
Deus não ouve a pecadores, pois pecadores não ouvem a Deus e quem não ouve a
Deu não é ouvido por Deus. Frise-se: QUEM NÃO OUVE A DEUS NÃO É OUVIDO POR DEUS.
Por isso, quando estendeis as vossas mãos, escondo de vós
os meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei,
porque as vossas mãos estão cheias de sangue. [Is 1.15]
É
possível, ainda, que, em razão da multiplicação do pecado de alguém ou de um
povo, Deus deixe de ouvir mesmo orações intercessoras – quando em favor de um
pecador contumaz. Como está escrito:
Tu, pois, não ores por este povo, nem levantes por ele
clamor nem oração; porque não os ouvirei no tempo em que eles clamarem a mim,
por causa do seu mal. [Jr 11.14];
Ainda quando clamo e grito, ele exclui a minha oração.
[Lm 3.8]
O pecador
convicto não espere clamar a Deus e ser ouvido, quando do momento de seu
clamor, Deus já tiver decidido sobre ele seu juízo.
Davi
relata que quando estava, a serviço de Deus, exercendo juízo sobre seus
inimigos, não parou de executá-lo, senão após tê-los consumidos e que, nesse
ínterim, os inimigos clamaram até aO SENHOR, porém O SENHOR não lhes
respondeu:
Persegui os meus inimigos, e os alcancei;
não voltei senão depois de os ter consumido.
Atravessei-os de sorte que não se puderam
levantar; caíram debaixo dos meus pés.
Pois me cingiste de força para a peleja;
fizeste abater debaixo de mim aqueles que contra mim se levantaram.
Deste-me também o pescoço dos meus inimigos
para que eu pudesse destruir os que me odeiam.
Clamaram, mas não houve quem os livrasse; até ao Senhor,
mas ele não lhes respondeu.
Então os esmiucei como o pó diante do
vento; deitei-os fora como a lama das ruas. [Sl 18.37-42]
Percebo, com isso, então, que o clamor a Deus é
para os que, primeiramente, já tenham clamado por Deus.
Quem são, pois, os que clamam por Deus?
Clamar por Deus
Parece
que não, mas a substituição da preposição ‘A’ pela preposição ‘POR’
muda toda a significação da expressão. Nesse caso, a preposição ‘por’ traz um
valor de finalidade.
Por
outro lado, a preposição ‘a’ transmite um sentido de direção, ou seja, o
caminho percorrido pelo clamor. Já por finalidade, valor transmitido pela
preposição ‘por’, temos o fim almejado com a elevação do clamor: o fim é o
próprio Deus.
A
ideia do clamar a Deus é obter algo de Deus [um socorro, por exemplo],
por sua vez, a ideia de se clamar por Deus é obter o próprio Deus.
Como
foi falado no início deste artigo, todos podem clamar a Deus [ainda que nem
todos sejam ouvidos ou que, ainda que ouvidos, nem todos que sejam ouvidos
sejam atendidos], porém nem todos são os que clamam por Deus.
O clamor
por Deus não surge, essencialmente, de uma necessidade fisiológica ou
circunstancial, mas do entendimento de que fomos criados para buscar a Deus e
sermos íntimos dEle. Apesar de esse ser o dever de todos, só o faz quem decidiu
aceitar a redenção divina.
Clamar
por Deus, assim, é a mesma coisa de buscar
a Deus e só os santos fazem-no. Percebemos esta afirmação, quando
analisamos essa expressão nas Escrituras:
A minha alma. está desejosa, e desfalece pelos átrios do
Senhor; o meu coração e a minha carne clamam pelo Deus vivo. [Sl 84.2]
Também:
Assim como o cervo brama pelas correntes das águas, assim
suspira a minha alma por ti, ó Deus! [Sl 42.1]
Também:
Ó Deus, tu és o meu Deus, de madrugada te buscarei;
a minha alma tem sede de ti; a minha carne te deseja muito em uma
terra seca e cansada, onde não há água. [Sl 63.1]
Nestes
três exemplos verificamos que há um padrão que se revela através da expressão clamar
por Deus e suas correlatas. O clamante [a pessoa que clama], agora, revela
um desejo ardente pela pessoa de Deus. Difere do clamador que clama a
Deus por uma intervenção.
Aqui,
o clamador não busca outra coisa, senão está perto de Deus. Assim, clamar
pelo Deus vivo; suspirar por Deus; buscar a Deus; ter sede
de Deus; e desejar a Deus são formas de expressar um mesmo
sentimento: querer estar com Deus.
NÃO HÁ QUEM BUSQUE A DEUS
Abordadas
que foram as expressões supra, sabemos, agora, que clamar por Deus é buscar a Deus.
Precisamos abordar, agora, a conclusão chegada por Deus e por alguns homens
santos, em determinados momentos da trajetória humana, de entender que não
há quem busque a Deus.
Isso
é grave, pois a ausência do clamor por Deus, isto é, da busca a Deus, revela o
retorno do homem ao estado primitivo do caos, do vazio, da informidade, ao
estado de embrutecimento.
Como
foi iniciado neste artigo, a Criação surgiu para louvar a Deus e dele fazer
menção, de modo que Deus sempre estaria mencionado em toda linguagem da
criação. A ausência de menção a Deus é a negação da própria existência divina.
No princípio era a informidade e o vazio, não havia menção a Deus. A mesma fórmula usada no Gênesis: e a terra era sem forma e vazia, é a utilizada pelo profeta Jeremias quando observada a loucura do povo:
Observei a terra, e eis que era sem forma e vazia; também os céus, e não tinham a sua luz. [Jr 4.23]
Se se
analisar o contexto da declaração do profeta Jeremias, perceber-se-á, agora,
que o homem chegou ao caos e à informidade devido a seu embrutecimento, pois,
tonando-se loucos, perderam o conhecimento sobre Deus. Como está escrito:
Deveras o meu povo está louco, já não me conhece; são
filhos néscios, e não entendidos; são sábios para fazer mal, mas não sabem
fazer o bem. [Jr 4.22]
Percebe-se,
então, que a ausência de homens que busquem a Deus [que clamem por Deus]
faz com que a terra seja vista como se estivesse em seu estado primitivo: sem
forma e vazia. É um estado de trevas e embrutecimento, pois a luz que do
céu é devida, já não há.
Quanto
mais o homem se embrutece, mais Deus se afasta dele, entregando-o às trevas e a
suas concupiscências. Em seu embrutecimento, o homem rejeita a existência de
Deus:
Pela altivez do seu rosto o ímpio não busca a Deus; todas
as suas cogitações são que não há Deus. [Sl 10.4]
Também:
Disse o néscio no seu coração: Não há Deus.
Têm-se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras, não há ninguém que faça
o bem.
O Senhor olhou desde os céus para os filhos
dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a
Deus.
Desviaram-se todos e juntamente se fizeram
imundos: não há quem faça o bem, não há sequer um. [Sl 14.1-3]
Chegamos
a um ponto, então, em que o comportamento prevalecente reflete uma ausência de
busca a Deus.
Sem Forma e Vazia
Sob a
ótica de Deus, o embrutecimento do homem pela ignorância faz com que a terra
seja vista como se estivesse em seu estado primitivo, ou seja, como quando nem
havia terra, mas sim o caos, as trevas e a informidade.
Esse
processo de embrutecimento é promovido pelo adversário e pelo filho da
perdição, que se levanta e se opõe a tudo que se diz Deus. É missão do inimigo
cegar o entendimento do homem e destruir tudo e todos que façam menção a Deus
[2Ts 2.3-4].
Foi
assim no começo, quando incitou a Caim para se levantar contra seu irmão e o
matar. De modo que, com isso, o nome de Deus deixou de ser mencionado por algum
tempo. Após a morte de Abel, não se buscava a Deus, não se clamava por Deus,
não se invocava o nome de Deus.
O
nome de Deus só voltou a ser invocado com o nascimento de Enos, que era filho
de Sete [Sete veio em lugar de Abel [Gn 4.26].
Toda
vez, portanto, que, olhando desde seu Santo Lugar, Deus vê a terra informe e
entenebrecida, é como se ele precisasse refazê-la. Isso porque a terra foi
feita para menção do nome dEle, porém, em o nome de Deus ser continuamente
olvidado pela ignorância humana, necessário é que a Terra seja refeita.
Assim
foi nos dias de Noé, nos dias de Ló, nos dias de Babel; assim também foi quando
do cativeiro, quando do envio de Jesus. Assim também será, quando do
arrebatamento; quando o céu for enrolado e as potências do céu se abalarem e
quando se apresentarem novos céus e nova terra.
REQUEREIS TODO VOSSO TRABALHO
Além de
não haver quem buscasse a Deus, existiam aqueles que, quando se davam a esse
trabalho, já requeriam, juntamente, todo resultado desejado.
Semelhante
a um esposo distante, que não cumpre com suas obrigações conjugais, [mas] que,
quando se apresenta como marido, se sente no direito de usufruir de toda a
amabilidade esponsal.
A busca
a Deus não deve ser para resolução de uma necessidade momentânea, pelo
contrário, deve ser um contínuo buscar da presença de Deus, de modo a gerar no
homem uma intimidade tal qual a de pessoas familiares.
É nesse
ponto que a diferença entre clamar a Deus e calmar por Deus
atinge seu clímax. Aquele que vive uma vida de busca a Deus [de clamor por
Deus], será ouvido quando clamar a Deus. Entretanto, uma pessoa que não
vive clamando por Deus, não será ouvido quando clamar a Deus, pois quem não
ouve a Deus, não será ouvido por Deus.
A estes,
que não vivem uma vida de busca, mas sim de pecado, mas que, quando querem algo
específico, jejuam, oram, consultam, Deus os rejeita. Como está escrito:
Sem dúvida
eles me procuram dia após dia, desejam conhecer o comportamento que me agrada, como
uma nação que houvesse sempre praticado a justiça, sem abandonar a lei de seu
Deus. Informam-se junto a mim sobre as exigências da justiça, desejam a
presença de Deus.
De que serve jejuar, se com isso não vos importais? E mortificar-nos, se nisso não prestais atenção? É que
no dia de vosso jejum, só cuidais de vossos negócios, e oprimis todos os vossos
operários.
Passais vosso jejum em disputas e altercações, ferindo
com o punho o pobre. Não é jejuando assim que fareis chegar lá em cima vossa
voz. [Isaías 58.2-4]
Cabe
pontuar alguns pontos desta passagem.
Deus manda
Isaías lançar-lhes em rosto a hipocrisia deles, pois iam até ao profeta Isaías,
para consultá-lo sobre a vontade de Deus, como se a quisessem cumpri-la, “como
uma nação que houvesse sempre praticado a justiça sem abandonar a lei de seu
Deus”.
Diante
disso, Deus indaga-os: de que serve jejuas, se com isso nãos vos importais?
Pois no dia em que jejuam, levam a Deus suas queixas mas não se importam como
as causas de seus criados [operários]. Tudo que competem a eles, requerem-no,
porém não atentam no que é alheio.
Deus
conclui a mensagem, dizendo: não é jejuando assim que sua voz [oração/petição]
chegará a Deus [lá em cima].
E arremata:
O jejum que me agrada porventura consiste em
o homem mortificar-se por um dia? [Is 58.5a]
Concluindo
este raciocínio: seria então que a busca a Deus resumir-se-ia naquilo que o
homem faz em um dia? Claro que não. o próprio Deus, no decorrer
da repreensão, mandará o profeta Isaías, mostrar ao povo qual o caminho que O agrada,
qual seja, viver uma vida de justiça e retidão, pois, fazendo assim, “Então às tuas invocações, o Senhor responderá, e a teus
gritos dirá: Eis-me aqui! [Is 58.9a]”
CONCLUSÃO
Toda
criação fora feita para louvor e glória de Deus, por isso mesmo, Deus não
permitirá que sua glória seja dada a outro.
Deus
conta com homens como Abel, Sete, Enos, Noé, Abraão, Moisés, Enoque e tanto
outros, para, através de homens desta qualidade, multiplicar o conhecimento de
Deus. Não é interessante para Deus destruir a obra de suas mãos.
Percebe-se,
assim, que Deus não se inclina para alguém que leva uma vida leviana quanto ao
trato do bem e, quando precisa de uma intervenção divina, se apresenta como
alguém amante da justiça.
Não se
pode levar uma vida impiedosa [desobrigada] para com Deus, e acreditar que,
quando bem entender, poderá alçar sua voz e Deus lhe responder, pois a fórmula
para a resposta divina já está posta: Deus ouve e responde a quem ouve-O e
responde-O.
Por outro lado, Deus está presto para responder àqueles que O amam e estão dispostos a viver uma vida de santidade, que se dá, sobretudo, pela busca incansável pela pessoa de Deus. Como está escrito:
E será que antes que clamem eu responderei; estando eles ainda falando, eu os ouvirei. [Is 65.24]
É um
exercitar contínuo, onde, cotidianamente, devemos buscá-Lo, perguntar por Ele, deseja-lo
afetuosamente. É o que nós conhecemos como RELACIONAMENTO.
Os olhos do Senhor estão voltados para os justos, e seus ouvidos atentos aos seus clamores. [Sl 34.15]
Deus É Fiel!
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