Os Pensamentos e Caminhos de Deus

Os Pensamentos e Caminhos de Deus É comum ouvirmos pessoas evangélicas se dirigirem a Deus com as seguintes palavras: "seus caminhos são maiores que os meus, e seus pensamentos são melhores do que os meus". Todos que se dirigem assim a Deus, ao que parece, tem por base uma única passagem da bíblia, a saber: Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos , nem os vossos caminhos os meus caminhos , diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos. [Is 55.8-9] Mas será que isto está evangelicamente correto? Será que esta mensagem é dirigida aos filhos de Deus? Já, em eu vos questionar, vos incito a voltar ao texto e, se fizerdes uma leitura mais detida, percebereis que a resposta é NÃO . Se a resposta à pergunta acima posta é não , podemos afirmar, então, que os pensamentos e caminhos dos filhos de Deus são iguais aos p...

Poderás Pescar Com O Anzol Ao Leviatã?

Poderás Pescar Com O Anzol Ao Leviatã?

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Quantos já ouviram a expressão “pressionar Deus contra a parede”? Creio que no mundo cristocêntrico é uma expressão bastante conhecida. Mas será que Deus pode ser posto contra a parede?

Somos cercados de tribulações todo o dia. Experiências das mais desafiantes se nos apresentam para pôr em teste nossa fidelidade a Deus. Como está escrito:

Verdadeiramente que a opressão faria endoidecer até ao sábio [...] [Ec 7.7a].

Quando, então, não conseguimos superar com nossas forças os desafios e opressões que se nos apresentam, beiramos a doidice e passamos a questionar os caminhos de Deus. É nesse momento de desvario que tendemos ao comportamento de “pressionar a Deus” para se obter resposta.

Mas será que poderíamos FISGAR AO LEVIATÃ? Kkkkkkkkk. Poderíamos encurralar a Deus? Poderíamos pôr Deus contra a parede? Deus poderia ser domado?

O riso é devido à forma como Deus trata nosso desvario de questioná-lo. Isso pois Deus lida com esses tipos de ajuizamento e questionamento de forma tão sublime, que nos leva a cada dia mais a admirá-Lo e sentirmos vergonha de nossas atitudes.

Entendei, quanto mais o beco se estreita e a saída não se vislumbra, devido a tribulação que nos oprime, é que devemos entender que a manifestação de Deus está próxima. Lembrais do homem Balaão? Quanto mais o caminho se estreitava, mas ele estava indo ao encontro do Anjo. Quanto mais uma situação em nossas vidas se mostra difícil, estamos caminhando para o encontro com Deus.

No momento de decisão na vida de Jacó, O SENHOR se lhe apareceu em Jaboque; no momento de decisão na vida de Josué, o Príncipe do Exército de Jeová se lhe apareceu. Não é que Deus não estava com seus amigos durante a provação, pois ele nos acompanha em todo tempo, mas Deus permite a provação para saber o que está em nosso coração.

Permite que sejamos levado ao Pi-Hairote [beco sem saída], para ali se revelar de forma assombrosa; para termos a certeza de que os inimigos que, até ali, nós os víamos, a partir dali, não os vermos mais.

A questão, agora, que se nos apresenta, durante a tribulação que nos espreme, é: o que será falado a Ele, quando vier até nós?

O Homem Jó

A história, pelas Escrituras, nos mostra que, normalmente, que nos achamos bons demais para sermos atribulados, assim, quando abrimos nossa boca, tendemos a mostrar todas as razões pelas quais, a nosso ver, não deveríamos ter de sofrer tanto. Começamos a apresentar a Deus as razões que nos justificam.

Retornando ao título deste artigo e tomando o exemplo da vida de Jó, temos que este recebia testemunho do próprio Deus: Jó era um homem justo, temente e prudente. Mesmo diante deste belo testemunho, todos conhecemos a tribulação pela qual Jó passou.

Em todo tempo Jó não negou a Deus, manteve-se firme diante de Deus, porém isso não mudou o seu cativeiro. O caminho de Jó se estreitava; o tempo passava e nada acontecia; seu caminho se estreitava ao modo de um beco sem saída; Jó, então caminhava ao encontro de Deus.

Porém, quando cansado de sofrer aquele mal e falar contra si mesmo, Jó, agora, começa a questionar os caminhos de Deus, atribuindo-Lhe a razão de sua dor. Por certo Jó fez uma revista em sua vida e não encontrou motivo para sofrer tanto.

Mas mesmo entendendo-se justo e sabendo que ao justo pertencia a paz, presente de Deus, Jó passou a entender que Deus lhe estava macerando o coração.

Em suas queixas Jó dizia:

Tu [Deus] renovas contra mim as tuas testemunhas e multiplicas contra mim a tua ira; teus exércitos me atacam sem parar. [Jó 10.17]

[...]

Deus jogou-me no lodo, tenho o aspecto da poeira e da cinza. Clamo a Ti, e não me respondes; ponho-me diante de Ti, e não olhas para mim. Tornaste-te cruel para comigo, atacas-me com toda a força de tua mão. Arrebatas-me, fazes-me cavalgar o tufão, aniquilas-me na tempestade. Eu bem sei, levas-me à morte, ao lugar onde se encontram todos os viventes. [Jó 30.19-23]

Percebe-se que Jó não estava com o entendimento perfeito da pessoa de Deus. Pelo que Deus, quando se apresenta a Jó, o repreenderá dizendo:

Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento? [Jó 38.2]

À semelhança de Jó, muitos santos homens também vacilaram por não terem a revelação perfeita de Deus. Como, então, Jó não sabia o tamanho da retidão dO SENHOR, Deus, se utilizando de sua criação, começará a mostrar a grandeza desta e a questionar a Jó se ele sabia como as coisas aconteciam no mundo a seu redor.

O Leviatã

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É nesse encontro e através dessa repreensão que chegamos ao LEVIATÃ [Jó 41].

O leviatã é tido como um monstro marinho, talvez uma figura descrita pelos relatos das primeiras navegações, mas que também é entendido como um grande crocodilo. Era uma figura temida por todos os homens do mundo de Jó.

Deus, ao falar da imponência e superioridade deste animal, se utilizará do respeito e pavor que os homens dispensavam ao leviatã para lançar em rosto a Jó a ironia de se temer ao leviatã e não se ousar ficar em pé diante desse animal, mas, por outro lado, ousar se erguer diante de Deus.

Utilizando-se de indagações como: “seria possível domesticar ao leviatã?”; ou “pescá-lo com um anzol como se pesca qualquer dos peixes?”; ou “por-lhe uma coleira como a um animal doméstico e dá-lo a seus filhos para brincar?”

Brincarás com ele como com um pássaro, ou atá-lo-ás para divertir teus filhos? [Jó 41.5]

Deus, arrematará com a célebre expressão:

Ninguém é tão atrevido a ponto de querer acordá-lo; quem então é aquele que ousa erguer-se diante de Mim? [Jó 41.9]

Ao indagar a Jó e mostrar a compostura do leviatã, Deus buscou evidenciar o respeito e temor que os homens dispensavam ao animal e, ao mesmo tempo, mostra o desprezo que Jó, com aquelas palavras, demonstrava para com Deus que criara ao leviatã. Por isso mesmo Deus vai falar:

Porventura o contender contra o Todo-Poderoso é sabedoria? Quem argui assim a Deus, responda por isso. [Jó 40.2]

Se o homem não se ousa ficar diante de um leviatã [v.g. um crocodilo], como, pois, pode se ousar a ficar de pé diante de Deus e questioná-Lo, i.e., questionar seus juízos. E Deus continua:

Porventura tu também tornarás vão o meu juízo, ou tu me condenarás, para te justificares? [Jó 40.8]

Eis o beco sem saída diante do qual Jó se deparara. Jó se achava justo demais para experimentar aquela tribulação. Sentindo-se, assim, tão justo, Jó, a não ver razão para sua dor, entendia que aquilo lhe ocorrera simplesmente porque Deus o havia desamparado e deixado de levar em consideração as boas obras de Jó.

PODERÁS FISGAR COM ANZOL AO LEVIATÃ?

Deus se utilizou de uma figura temível pelos homens para mostrar que maior razão teria Jó de temer a Deus que fez o leviatã, do que a qualquer outra coisa.

A riqueza desta indagação “poderás fisgar ao leviatã?” traz à tona uma outra expressão escriturística muito rica e que revela a limitação de todo homem, qual seja:

NENHUM HOMEM NÃO PODE LUTAR CONTRA AQUELE QUE LHE É MAIS FORTE.

Como está escrito:

Seja qualquer o que for, já o seu nome foi nomeado, e sabe-se que é homem, e que não pode contender com o que é mais forte do que ele. [Ec 6.10]

Ao vir ao mundo a pessoa já nasce com essa sentença: não poderá contender com aquele que lhe for mais forte. ISTO É SABEDORIA.

Conhecendo-se o poder das coisas e temendo-o, deve-se temer ainda mais o fazedor/criador de tais coisas.

Todos nós somos limitados em algo e sempre haverá alguém que nos seja superior em algo. O próprio Jesus nos orientou a fazer contas quando formos entrar em contenda com alguém, para saber se podemos arcar com seus custos [Lc 14.28.32].

Deus é muito superior a qualquer coisa que podemos temer nessa vida, por isso é digno de maior temor do que todas elas.

O leviatã [Jó 41] é a personificação de algo que nasceu para ser firme. Trata-se de um ser que não pode ser fisgado [v1]; algo que não suplica clemência v3]; não pode ser domado [vv4-5]; não se sente encurralado [v27]; cujo coração é firme como uma pedra, como a mó de baixo [v24]. É um ser que tem o respeito de todos, pois foi feito para estar sem pavor.

Mais ainda do que o leviatã é O SENHOR.

O Beco de Jeremias

Outro que se pôs nesse beco sem saída à semelhança de Jó, qual seja, falar dos juízos de Deus, foi Jeremias.

O profeta Jeremias se viu em um aperto tão grande, aponto de acreditar que a melhor forma seria questionar os juízos divinos. Em suas palavras, Jeremias começa assim: Justo serias, ó SENHOR, ainda que eu entrasse contigo num pleito; contudo falarei contigo dos teus juízos. [Jr 12.1]

Após isso, Jeremias começa a questionar o porquê de Deus permitir a prosperidade do ímpio, pois dizia que Deus os havia plantado a ponto de criarem raízes e viverem em paz. Esse fato, então, estava enfraquecendo a Jeremias.

O SENHOR, então, pergunta a Jeremias: Se te fatigas correndo com homens que vão a pé, como poderás competir com os cavalos? [Jr 12.5a]

Ou seja, Jeremias já estava cansado de competir com os ímpios [homem da mesma estrutura de Jeremias], como, pois, Jeremias, agora, poderiam questionar os juízos de Deus [competir com cavalos].

Faltou sabedoria a Jeremias para entender que não podia contender com alguém que lhe era mais forte. COM DEUS NÃO SE CONTENDE.

Deus entendeu o cansaço do Profeta Jeremias, mas, por outro lado, queria mostrar a Jeremiasque a confiança deste deveria ficar inabalada, independentemente do que acontecesse: 

— [...] Se tão-somente numa terra de paz estás confiado, como farás na enchente do Jordão? 

Perguntou O SENHOR a Jeremias. [Jr 12.5b]

A Sabedoria de Davi

Davi, pela sabedoria que Deus lhe dera, sabia o quão era forte, bem como o quão era fraco. Davi era um homem que sabia as guerras que poderia travar. Davi conhecia seus adversários e, por isso mesmo, teve um reinado de triunfos. Davi sabia a hora de fugir e a hora de lutar.

Um dos grandes pedidos de Davi a Deus foi para que o livrasse daqueles que eram mais fortes do que ele:  

Atende ao meu clamor; porque estou muito abatido. Livra-me dos meus perseguidores; porque são mais fortes do que eu. [Sl 142.6]

Mesmo sendo rei, por vezes Davi recuou diante de um mal, pois entendia que o enfrentamento poderia trazer sobre o reino maiores danos. Como exemplo, podemos citar o caso de Joabe, quando este matou a Abner, general da casa de Saul. Davi escolheu não punir a Joabe, naquele momento, pois entendia que Joabe [General de Davi] e seu irmão Absai [filhos de Zeruia] lhe eram mais duros [fortes] [2Sm 3.39].

Esta sabedoria faltou ao rei Josias, quando subiu para pelejar contra o faraó Neco, pelo que o rei Josias morreu.

Davi, sabendo que Deus seria justo sempre que estivesse em juízo com alguém, vai dizer: para que sejas justificado quando falares, e puro quando julgares [Sl 51.4b]. Por isso, seja todo homem mentiroso e Deus verdadeiro.

Conclusão

Deus não é nosso inimigo, longe disso, Ele é nosso ajudador. As palavras que escolhemos para dirigir aO SENHOR, quando do beco sem saída, revela o quão perfeito é o nosso sentimento para com Deus.

[...] Achei a Davi, filho de Jessé, homem conforme o meu coração, que executará toda a minha vontade. [At 13.22]

É bem verdade que a opressão faria endoidecer até ao sábio. O próprio Davi reconheceu que perseguição empreendida por Saul contra ele era como se o rei estivesse mandando Davi adorar a outros deuses [1Sm 26.19, parte final]

A atitude de Saul, ao perseguir a Davi, expulsando-o da herança dO SENHOR, de modo que Davi tivesse que buscar asilo em nações idólatras, prejudicava a fé de Davi e de seus homens. Por isso, a promessa que temos é a seguinte:

Porque o cetro da impiedade não permanecerá sobre a sorte dos justos, para que o justo não estenda as suas mãos para a iniquidade. [Sl 125.3]

Diante da prova devemos entender que Deus está conosco, nunca contra nós. Devemos entender, ainda, que que contender com Deus, questionando seus juízos, não é sabedoria, pois diante de Deus ninguém pode se justificar; ninguém pode fisgá-lo com o anzol.

Essa guerra ninguém pode vencer, pois já estamos sentenciado e não podemos vencer àquele que nos é mais forte.

Devemos saber, então, que Deus, O SENHOR, não pode ser fisgado, nem domado; não tem pavor; não pede clemência; não se sente encurralado; e é senhor de todas as coisas.


Deus É Fiel!


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