Poderás Pescar Com O Anzol Ao Leviatã?
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Poderás Pescar Com O Anzol Ao Leviatã?
Quantos
já ouviram a expressão “pressionar Deus contra a parede”? Creio que no mundo
cristocêntrico é uma expressão bastante conhecida. Mas será que Deus pode
ser posto contra a parede?
Somos
cercados de tribulações todo o dia. Experiências das mais desafiantes se nos
apresentam para pôr em teste nossa fidelidade a Deus. Como está escrito:
Verdadeiramente que a opressão faria endoidecer até ao sábio [...] [Ec 7.7a].
Quando,
então, não conseguimos superar com nossas forças os desafios e opressões que se
nos apresentam, beiramos a doidice e passamos a questionar os caminhos de Deus.
É nesse momento de desvario que tendemos ao comportamento de “pressionar a Deus”
para se obter resposta.
Mas será
que poderíamos FISGAR AO LEVIATÃ? Kkkkkkkkk. Poderíamos encurralar a
Deus? Poderíamos pôr Deus contra a parede? Deus poderia ser domado?
O
riso é devido à forma como Deus trata nosso desvario de questioná-lo. Isso pois
Deus lida com esses tipos de ajuizamento e questionamento de forma tão sublime,
que nos leva a cada dia mais a admirá-Lo e sentirmos vergonha de nossas
atitudes.
Entendei,
quanto mais o beco se estreita e a saída não se vislumbra, devido a tribulação
que nos oprime, é que devemos entender que a manifestação de Deus está próxima.
Lembrais do homem Balaão? Quanto mais o caminho se estreitava, mas ele estava
indo ao encontro do Anjo. Quanto mais uma situação em nossas vidas se mostra
difícil, estamos caminhando para o encontro com Deus.
No momento
de decisão na vida de Jacó, O SENHOR se lhe apareceu em Jaboque; no momento de decisão
na vida de Josué, o Príncipe do Exército de Jeová se lhe apareceu. Não é que
Deus não estava com seus amigos durante a provação, pois ele nos acompanha em
todo tempo, mas Deus permite a provação para saber o que está em nosso coração.
Permite
que sejamos levado ao Pi-Hairote [beco sem saída], para ali se revelar de forma
assombrosa; para termos a certeza de que os inimigos que, até ali, nós os
víamos, a partir dali, não os vermos mais.
A
questão, agora, que se nos apresenta, durante a tribulação que nos espreme, é:
o que será falado a Ele, quando vier até nós?
O Homem Jó
A
história, pelas Escrituras, nos mostra que, normalmente, que nos achamos bons
demais para sermos atribulados, assim, quando abrimos nossa boca, tendemos a
mostrar todas as razões pelas quais, a nosso ver, não deveríamos ter de sofrer
tanto. Começamos a apresentar a Deus as razões que nos justificam.
Retornando
ao título deste artigo e tomando o exemplo da vida de Jó, temos que este
recebia testemunho do próprio Deus: Jó era um homem justo, temente e prudente. Mesmo
diante deste belo testemunho, todos conhecemos a tribulação pela qual Jó
passou.
Em
todo tempo Jó não negou a Deus, manteve-se firme diante de Deus, porém isso não
mudou o seu cativeiro. O caminho de Jó se estreitava; o tempo passava e nada
acontecia; seu caminho se estreitava ao modo de um beco sem saída; Jó, então caminhava
ao encontro de Deus.
Porém,
quando cansado de sofrer aquele mal e falar contra si mesmo, Jó, agora, começa
a questionar os caminhos de Deus, atribuindo-Lhe a razão de sua dor. Por certo Jó
fez uma revista em sua vida e não encontrou motivo para sofrer tanto.
Mas
mesmo entendendo-se justo e sabendo que ao justo pertencia a paz, presente de
Deus, Jó passou a entender que Deus lhe estava macerando o coração.
Em
suas queixas Jó dizia:
Tu [Deus] renovas contra mim as tuas testemunhas e
multiplicas contra mim a tua ira; teus exércitos me atacam sem parar. [Jó
10.17]
[...]
Deus jogou-me no lodo, tenho o aspecto da poeira e da
cinza. Clamo a Ti, e não me respondes; ponho-me diante de Ti, e não olhas para
mim. Tornaste-te cruel para comigo, atacas-me com toda a força de tua mão. Arrebatas-me,
fazes-me cavalgar o tufão, aniquilas-me na tempestade. Eu bem sei, levas-me à
morte, ao lugar onde se encontram todos os viventes. [Jó 30.19-23]
Percebe-se
que Jó não estava com o entendimento perfeito da pessoa de Deus. Pelo que Deus,
quando se apresenta a Jó, o repreenderá dizendo:
Quem é este que escurece o conselho com palavras sem
conhecimento? [Jó 38.2]
À semelhança
de Jó, muitos santos homens também vacilaram por não terem a revelação perfeita
de Deus. Como, então, Jó não sabia o tamanho da retidão dO SENHOR, Deus, se
utilizando de sua criação, começará a mostrar a grandeza desta e a questionar a
Jó se ele sabia como as coisas aconteciam no mundo a seu redor.
O Leviatã
O leviatã
é tido como um monstro marinho, talvez uma figura descrita pelos relatos das
primeiras navegações, mas que também é entendido como um grande crocodilo.
Era uma figura temida por todos os homens do mundo de Jó.
Deus,
ao falar da imponência e superioridade deste animal, se utilizará do respeito e
pavor que os homens dispensavam ao leviatã para lançar em rosto a Jó a
ironia de se temer ao leviatã e não se ousar ficar em pé diante desse animal,
mas, por outro lado, ousar se erguer diante de Deus.
Utilizando-se
de indagações como: “seria possível domesticar ao leviatã?”; ou “pescá-lo com
um anzol como se pesca qualquer dos peixes?”; ou “por-lhe uma coleira como a um
animal doméstico e dá-lo a seus filhos para brincar?”
Brincarás com ele como com um pássaro, ou atá-lo-ás para
divertir teus filhos? [Jó 41.5]
Deus,
arrematará com a célebre expressão:
Ninguém é tão atrevido a ponto de querer acordá-lo; quem
então é aquele que ousa erguer-se diante de Mim? [Jó 41.9]
Ao
indagar a Jó e mostrar a compostura do leviatã, Deus buscou evidenciar o
respeito e temor que os homens dispensavam ao animal e, ao mesmo tempo, mostra
o desprezo que Jó, com aquelas palavras, demonstrava para com Deus que criara
ao leviatã. Por isso mesmo Deus vai falar:
Porventura o contender contra o Todo-Poderoso é
sabedoria? Quem argui assim a Deus, responda por isso. [Jó 40.2]
Se o
homem não se ousa ficar diante de um leviatã [v.g. um crocodilo], como,
pois, pode se ousar a ficar de pé diante de Deus e questioná-Lo, i.e.,
questionar seus juízos. E Deus continua:
Porventura tu também tornarás vão o meu juízo, ou tu me
condenarás, para te justificares? [Jó 40.8]
Eis o
beco sem saída diante do qual Jó se deparara. Jó se achava justo demais para
experimentar aquela tribulação. Sentindo-se, assim, tão justo, Jó, a não ver
razão para sua dor, entendia que aquilo lhe ocorrera simplesmente porque Deus o
havia desamparado e deixado de levar em consideração as boas obras de Jó.
PODERÁS FISGAR COM ANZOL AO LEVIATÃ?
Deus
se utilizou de uma figura temível pelos homens para mostrar que maior razão
teria Jó de temer a Deus que fez o leviatã, do que a qualquer outra coisa.
A riqueza desta indagação “poderás fisgar ao leviatã?” traz à tona uma outra expressão escriturística muito rica e que revela a limitação de todo homem, qual seja:
NENHUM HOMEM NÃO PODE LUTAR CONTRA AQUELE QUE LHE É MAIS FORTE.
Como
está escrito:
Seja qualquer o que for, já o seu nome foi nomeado, e
sabe-se que é homem, e que não pode contender com o que é mais forte do que
ele. [Ec 6.10]
Ao
vir ao mundo a pessoa já nasce com essa sentença: não poderá contender com
aquele que lhe for mais forte. ISTO É SABEDORIA.
Conhecendo-se
o poder das coisas e temendo-o, deve-se temer ainda mais o fazedor/criador de
tais coisas.
Todos
nós somos limitados em algo e sempre haverá alguém que nos seja superior em
algo. O próprio Jesus nos orientou a fazer contas quando formos entrar em
contenda com alguém, para saber se podemos arcar com seus custos [Lc 14.28.32].
Deus
é muito superior a qualquer coisa que podemos temer nessa vida, por isso é
digno de maior temor do que todas elas.
O leviatã
[Jó 41] é a personificação de algo que nasceu para ser firme. Trata-se de um
ser que não pode ser fisgado [v1]; algo que não suplica clemência v3]; não pode
ser domado [vv4-5]; não se sente encurralado [v27]; cujo coração é firme como
uma pedra, como a mó de baixo [v24]. É um ser que tem o respeito de todos, pois
foi feito para estar sem pavor.
Mais
ainda do que o leviatã é O SENHOR.
O Beco de Jeremias
Outro
que se pôs nesse beco sem saída à semelhança de Jó, qual seja, falar dos juízos
de Deus, foi Jeremias.
O
profeta Jeremias se viu em um aperto tão grande, aponto de acreditar que a
melhor forma seria questionar os juízos divinos. Em suas palavras, Jeremias
começa assim: Justo serias, ó SENHOR,
ainda que eu entrasse contigo num pleito; contudo falarei contigo dos teus
juízos. [Jr
12.1]
Após
isso, Jeremias começa a questionar o porquê de Deus permitir a prosperidade do
ímpio, pois dizia que Deus os havia plantado a ponto de criarem raízes e
viverem em paz. Esse fato, então, estava enfraquecendo a Jeremias.
O
SENHOR, então, pergunta a Jeremias: Se te
fatigas correndo com homens que vão a pé, como poderás competir com os cavalos? [Jr 12.5a]
Ou
seja, Jeremias já estava cansado de competir com os ímpios [homem da mesma
estrutura de Jeremias], como, pois, Jeremias, agora, poderiam questionar os
juízos de Deus [competir com cavalos].
Faltou
sabedoria a Jeremias para entender que não podia contender com alguém que lhe
era mais forte. COM DEUS NÃO SE CONTENDE.
Deus entendeu o cansaço do Profeta Jeremias, mas, por outro lado, queria mostrar a Jeremiasque a confiança deste deveria ficar inabalada, independentemente do que acontecesse:
— [...] Se tão-somente numa terra de paz estás confiado, como farás na enchente do Jordão?
Perguntou O SENHOR a Jeremias. [Jr 12.5b]
A Sabedoria de Davi
Davi,
pela sabedoria que Deus lhe dera, sabia o quão era forte, bem como o quão era
fraco. Davi era um homem que sabia as guerras que poderia travar. Davi conhecia
seus adversários e, por isso mesmo, teve um reinado de triunfos. Davi sabia a
hora de fugir e a hora de lutar.
Um
dos grandes pedidos de Davi a Deus foi para que o livrasse daqueles que eram
mais fortes do que ele:
Atende ao meu clamor; porque estou muito abatido.
Livra-me dos meus perseguidores; porque são mais fortes do que eu. [Sl 142.6]
Mesmo
sendo rei, por vezes Davi recuou diante de um mal, pois entendia que o
enfrentamento poderia trazer sobre o reino maiores danos. Como exemplo, podemos
citar o caso de Joabe, quando este matou a Abner, general da casa de Saul. Davi
escolheu não punir a Joabe, naquele momento, pois entendia que Joabe [General
de Davi] e seu irmão Absai [filhos de Zeruia] lhe eram mais duros [fortes] [2Sm
3.39].
Esta
sabedoria faltou ao rei Josias, quando subiu para pelejar contra o faraó Neco,
pelo que o rei Josias morreu.
Davi,
sabendo que Deus seria justo sempre que estivesse em juízo com alguém, vai
dizer: para que sejas justificado quando falares, e puro quando julgares [Sl
51.4b]. Por isso, seja todo homem mentiroso e Deus verdadeiro.
Conclusão
Deus
não é nosso inimigo, longe disso, Ele é nosso ajudador. As palavras que
escolhemos para dirigir aO SENHOR, quando do beco sem saída, revela o quão
perfeito é o nosso sentimento para com Deus.
[...] Achei a Davi, filho de Jessé, homem conforme o meu
coração, que executará toda a minha vontade. [At 13.22]
É bem
verdade que a opressão faria endoidecer até ao sábio. O próprio Davi reconheceu
que perseguição empreendida por Saul contra ele era como se o rei estivesse
mandando Davi adorar a outros deuses [1Sm 26.19, parte final]
A
atitude de Saul, ao perseguir a Davi, expulsando-o da herança dO SENHOR, de
modo que Davi tivesse que buscar asilo em nações idólatras, prejudicava a fé de
Davi e de seus homens. Por isso, a promessa que temos é a seguinte:
Porque o cetro da impiedade não permanecerá sobre a sorte
dos justos, para que o justo não estenda as suas mãos para a iniquidade. [Sl
125.3]
Diante
da prova devemos entender que Deus está conosco, nunca contra nós. Devemos entender,
ainda, que que contender com Deus, questionando seus juízos, não é sabedoria,
pois diante de Deus ninguém pode se justificar; ninguém pode fisgá-lo com o
anzol.
Essa
guerra ninguém pode vencer, pois já estamos sentenciado e não podemos vencer
àquele que nos é mais forte.
Devemos
saber, então, que Deus, O SENHOR, não pode ser fisgado, nem domado; não
tem pavor; não pede clemência; não se sente encurralado; e é senhor de todas as
coisas.
Deus É Fiel!
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