Os Pensamentos e Caminhos de Deus

Os Pensamentos e Caminhos de Deus É comum ouvirmos pessoas evangélicas se dirigirem a Deus com as seguintes palavras: "seus caminhos são maiores que os meus, e seus pensamentos são melhores do que os meus". Todos que se dirigem assim a Deus, ao que parece, tem por base uma única passagem da bíblia, a saber: Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos , nem os vossos caminhos os meus caminhos , diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos. [Is 55.8-9] Mas será que isto está evangelicamente correto? Será que esta mensagem é dirigida aos filhos de Deus? Já, em eu vos questionar, vos incito a voltar ao texto e, se fizerdes uma leitura mais detida, percebereis que a resposta é NÃO . Se a resposta à pergunta acima posta é não , podemos afirmar, então, que os pensamentos e caminhos dos filhos de Deus são iguais aos p...

Por que clamas a Mim, Moisés?

Por que clamas a Mim, Moisés?

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A indagação que ora  se lê [por que clamas a Mim? ou, por qual motivo clamas a mim] revela mais uma repreensão do que uma simples pergunta direcionada a Moisés.

Não foi sem motivo que O SENHOR questionou a Moisés, nem sem motivo que O SENHOR o repreendeu.

Para que isso possa ser entendido como este Mensageiro quer passá-lo, deve-se entender que, em toda lida de Deus com o homem, Aquele não procurou outra coisa senão revelar seu caráter, sua personalidade e, assim, sua vontade ao homem, para que este O conhecesse e, conhecendo-O, agisse de acordo a sua vontade.

Na origem de tudo, no Éden, tem-se que a queda do homem fez com que se caísse, também, o conhecimento dO Nome de JEOVÁ e, por conseguinte, a sua invocação. Após a morte de Abel, as pessoas não invocavam mais O NOME DO SENHOR, pois não havia quem o apregoasse com verdade.

A invocação dO Nome de JEOVÁ [ou JAVÉ] foi retomada apenas com o nascimento de Enos [Gn 4.26b].

A partir de então, O SENHOR começa a reconstruir, no homem, o conhecimento de seu Nome. Para isso, levanta e vocaciona apregoadores que possam levar Seu Nome com verdade, até que chegamos a Moisés. Como está escrito:

Aquele cujo braço glorioso Ele fez andar à mão direita de Moisés, que fendeu as águas diante deles, para fazer para si um nome eterno? [Is 63.12]

Assim, O Nome de Deus é algo que o próprio Deus sempre fez questão de que o homem conhecesse para, através do  conhecimento dO Nome dO SENHOR, se conhecesse o próprio Deus e se cumprisse sua Vontade.

Hoje, em Jesus, as coisas, antes ocultas, nos foram reveladas pelo Espírito Santo de Deus, o que nos permite ter uma visão mais holística da pessoa de Deus e, principalmente de Sua Vontade. Porém, não era assim no princípio, pois os homens de Deus tiveram que escrever em seus corpos a Palavra de Deus, fazendo com que seus corpos servissem de pedras vivas para lavratura dO Nome de Deus.

Essa tradição, passada de pai para filho, tendo como precursor Abel [ainda que Adão tenha sido o primeiro], cujo sangue ainda fala [Hb 11.24 c/c 12.24], alcançou um patamar distinto em Moisés, pois a este O SENHOR se revelou por Seu Nome, o que não havia sido feito a nenhum outro Apregoador que o precedera [Ex 6.3].

Por que Clamas a Mim, Moisés?

Antes de chegar ao ponto do “por que clamas a Mim?”, O SENHOR fez-se conhecido a Moisés, não só através de seu Nome, como também, por sinais e maravilhas.

Deus chamou Moisés para conduzir o povo israelita até à Terra Prometida e fazer herdá-la. Para isso, Deus deu poderes a Moisés, para que este pudesse fazer o que fosse necessário para cumprimento do objetivo.

Chegando-se, porém, em Pi-Hiarote [beco-sem-saída] e vendo diante de si o mar e por detrás o inimigo, Moisés e o povo se detém diante da situação e passam a gritar a Deus. Deus, por outro lado, quer saber o motivo pelo qual Moisés está a clamar por socorro.

Hoje sabemos que Aquele que começou a boa obra é fiel para aperfeiçoá-la. Porém, naquele momento, naquele “Pi-hairote”, Moisés não conseguiu contemplar uma saída que lhe desse escape dos inimigos. Diante do Pi-hairote, mar adiante e inimigos por detrás, o coração do povo desmaiou, pelo que pararam de marchar, e Moisés passou a clamar aO SENHOR.

Nesse momento, Moisés se esquecera do encontro junto à sarça. Esqueceu-se de que O SENHOR lhe tinha dado por Deus para seu irmão, Arão [Ex 4.16]. Também se esquecera de que a vara era o instrumento dos sinais [Ex 4.17].

O comportamento de Moisés diante do inimigo e da barreira física foi de inércia. Ele confiou em Deus, mas sua confiança não foi acompanhada de ação. Moisés exorta o povo a não temer, mas diz: “ficai quietos e vede o livramento dO SENHOR [...]”.

Irmãos!, quando não sabemos o que fazer, devemos fazer o que sabemos fazer. Moisés sabia que Deus o livraria, mas não sabia como, por isso começou a clamar a Deus. Deus então o repreende:

Então disse o Senhor a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem.

E tu, levanta a tua vara, e estende a tua mão sobre o mar, e fende-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco.

O “por que clamas a Mim” significa: por qual motivo clamas a Mim. Apesar de parecer contraditório, pois Deus mesmo havia determinado que o povo acampasse em Pi-Hairote e esperasse a chegada de Faraó. Mas, ao mesmo tempo que Deus manda que tomemos uma atitude, ele espera uma atitude assertiva diante do agravamento da situação.

Assim, diante de tudo que Deus já tinha feito por meio de Moisés, libertando o povo israelita; fazendo com que as pragas se pegassem aos egípcios, mas não aos israelitas, Ele não iria, agora, abandonar seu povo.

É como está escrito:

Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas? [Rm 8.32]

Assim, aquele que crê em Deus não pode ter sua alma em suspense todas as vezes que lhe sobrevier um contratempo, pois Deus não age em contradição, como está escrito:

[...] não disse à descendência de Jacó: Buscai-me em vão [...] [Is 45.19]

Ou seja, Deus não determinou que o seu povo saísse do deserto sem ter condição de garantir-lhe o cumprimento da jornada.

Para esclarecer o que estou dizendo, vou me valer de um princípio da ciência jurídica. Dentro do Direito existe, já reconhecido, o princípio do Venire Contra Factum Proprium, cujo valor transmite uma vedação ao comportamento contraditório, inesperado, que causa surpresa na outra parte, pois tem como base de orientação outro princípio, o da BOA-FÉ.

Venire Contra Factum Proprium é a vedação ao agir de forma contraditória. Ora, se ambas as partes, neste caso, Deus e seu povo, estão agindo de boa-fé, o que se espera é um fim proveitoso.

Se, de modo lúdico, pudermos compreender este princípio dentro do caráter de Deus, saberemos que Deus não age de modo contraditório, inesperado, para contrariar aquilo que é do seu caráter, imutável.

Assim, Deus não falou em vão aos seus mensageiros, nem nunca desamparou um de seus pequeninos, por isso mesmo deve-se agir de acordo a seu caráter, mas isso só ocorre se o conhecermos.

Por Que estás Prostrado Assim?

Abordagem semelhante a do “por que clamas a Mim” feita a Moisés foi outra feita por Deus a Josué, filho de Num, quando do anátema de Acã.

A Bíblia diz que, diante da fuga de Israel de diante do exército de Ai, Josué se prostra, com os Anciãos, e começam a pergunta a Deus o porquê do desamparo e da perda da batalha para um exército relativamente insignificante. Josué pergunta a Deus o porquê Ele tinha abandonado o seu povo para ser derrotado.

Deus, como alguém que não estava entendendo o que se passava, questiona a Josué o motivo que o levou a estar prostrado daquele jeito [coberto de cinza e com a cara no pó]. Isso porque um líder em sintonia perfeita à vontade de Deus entenderia, desde logo, que tal se dera por algo de errado no povo e não por uma atitude contraditória da parte de Deus; pouparia, assim, a angústia da oração suplicativa e passaria logo à investigação.

Por não ter, ainda, tal sensibilidade, Josué se prostrou, quase que como condenando a Deus pela derrota sofrida.

Da mesma forma como repreendeu a Moisés, Deus repreende a Josué, mandando-o que se levantasse, como está escrito:

Então disse o Senhor a Josué: LEVANTA-TE; por que estás prostrado assim sobre o teu rosto? [Js 7.10]

LEVANTA-TE! POR QUE ESTÁS PROSTADO ASSIM...?

A pergunta por que "estás prostrado assim sobre o teu rosto?" mostra que Josué estava procedendo de forma equivocada, sem sentido, pois não tinha razão para estar ali questionando a Deus o motivo da derrota para o exército de Ai.

Por outro lado, como que já devendo saber que havia algo de errado com o povo, pois Deus não é Deus de contradição, visto que não tiraria Israel do Egito para morrer no meio da jornada. Josué, então, como líder do povo de Deus, deveria saber que algo de errado havia no meio do povo e proceder à investigação.

A Sintonia para com Deus

A pessoa que anda em sintonia com Deus não O fica indagando sobre todas as coisas que se lhe apresentam, mas, quando uma situação se lhe apresenta, ela age de acordo ao que já tenha aprendido de Deus.

Esse entendimento afinado a Deus também importa para o desenvolvimento do ministério ora imputado a alguém, diferenciando um Ministério Passivo de um Ministério Ativo.

Falando às Circunstância

Jesus veio mostrar o modelo de serviço que Deus espera de nós. Jesus conhecia o Pai e veio-nos revelá-Lo. Jesus conhecia o caráter e a personalidade de Seu Pai, portanto, conhecia a vontade dEle. Esse conhecimento permitia que Jesus agisse direcionado às circunstâncias e não voltado, simplesmente, ao Pai.

Poucas vezes veremos Jesus pedindo ao Pai alguma coisa. Geralmente as orações de Jesus era voltada a agradecer, porém, quando se desenhava alguma situação adversa, prontamente Jesus lhes punha em ordem: fosse escassez, turbulência, doença, possessão maligna etc.

Esse modelo de se falar às circunstâncias [oração ordenatória], declarando, profetizando ou ordenando, só é feita por aquele que está em Deus e conhece perfeitamente sua vontade. Como diz:

[...] para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus. [Rm 12.2]

Diante da dificuldade nosso Senhor Jesus não se prostava para suplicar a Deus. Se Jesus tivesse que chegar a algum lugar e algo se lhe opusesse, Ele falava às circunstâncias e estas se lhe dobravam: A ausência de barco não fora impedimento para Jesus atravessar o rio; a revolta do vento e do mar, não fora impedimento para Jesus descansar etc.

É nesse tom que Jesus nos ensina o seguinte:

Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não só fareis o que foi feito à figueira, mas até se a este monte disserdes: Ergue-te, e precipita-te no mar, assim será feito. [Mt 21.21]

Também é isso que O SENHOR ensina a Ezequiel quando da visão do vale de ossos secos. O SENHOR convida Ezequiel a PROFETIZAR, a declarar sobre as circunstâncias. Não se trata de simplesmente orar a Deus para que Deus responda, trata-se de se estar em Deus e, por se estar em Deus, declarar em O SEU NOME.

Naquele dia pedireis em meu nome, e não vos digo que eu rogarei por vós ao Pai; Pois o mesmo Pai vos ama, visto como vós me amastes, e crestes que saí de Deus. [Jo 16.26-27]

Esse modelo de oração [Falando às Circunstâncias] fora exercida por Elias, por exemplo, quando mandou descer fogo do céu [2Rs 1.10]. Porém foi exercido em maior escala por Eliseu: quando amaldiçoou os homens pequenos [2Rs 2.24], também, quando declarou fecundidade sobre a mulher de Suném [2Rs 4.16]; quando fez o martelo flutuar [2Rs 6.6]; ou quando fez o rio Jordão se abrir, copiando seu pai Elias [2Rs 2.14]; ou quando cegou o exército da Síria [2 Rs 6.18]; ou quando solucionou o problema da viúva, multiplicando-lhe o azeite [2Rs 4.2]; etc.

Não só eles, como também Samuel, Isaías e tantos outros.

Também os discípulos declararam diretamente às circunstâncias, sem se direcionar a Deus, especificamente: Pedro, quando do caso de Ananias e Safira, também nos milagres de cura. Paulo, quando feriu de cegueira a Elimas ou quando expulsou o espírito de adivinhação que atormenta certa jovem em Filipos.

Conclusão

Assim, entendemos que Deus nos deu poder para falar às coisas e circunstâncias e elas se nos sujeitariam. Portanto, entendamos os momentos que se levantam para se nos opor e declaremos o Nome de Jesus sobre eles e prevaleceremos.

A oração daquele que desconhece a vontade de Deus reveste-se de desespero, angústia e muito sofrimento, mas os que esperam nO SENHOR renovarão as suas forças; os que confiam nO SENHOR são como o monte Sião, que não se abala.


Deus É Fiel!



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