Assim Como Foi nos Dias de Noé
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Assim Como Foi nos Dias de Noé
Após o Dilúvio, o mundo experimentou o assombro
do extermínio dos seres vivos, mesmo assim, não conseguimos, hoje, dimensionar o tamanho
desse assombro que serpenteava os ares e fazia estremecer a Noé e aos seus, por
verem sucumbir diante deles, pelo poder das águas, os homens, os animais e as
plantas.
Não foram apenas plantas, animais e homens estranhos a Noé, mas também muitos de seus parentes sucumbiram pelas águas do Dilúvio. De Noé: irmãos, irmãs, sobrinhos [quiçá].
Há entendimento, pela contagem dos anos, de que o próprio avô de Noé, Matusalém — o homem que mais viveu depois do pecado —, tenha morrido no ano do Dilúvio, podendo, mesmo, ter morrido pelo Dilúvio, conforme contagem¹ que se apõe abaixo:
Pela contagem, percebe-se que, quando da ocorrência do Dilúvio, Matusalém tinha 969 anos de vida, sendo esta a idade com que morreu [Gn 5.27].
¹Contagem com base na Bíblia – ACF. Existem
contagens com referenciais diferentes dos aqui postos.
Quem foi Noé em sua Geração?
Noé foi o homem por meio de cuja casa Deus
executou o plano de salvação da humanidade. Temos que, se, por um lado, o Dilúvio
representou o juízo contra a geração pervertida, por outro, foi a salvação da
raça humana por meio de um homem que achara graça diante de Deus.
Noé era justo em seu caminhar. Semelhantemente
a Enoque, Noé andava com Deus. Enoque andava com Deus e foi arrebatado da terra
para não sofrer, vendo aquela geração em sua perversão. Noé também andava com
Deus, mas não fora arrebatado como Enoque, pois, se Deus arrebatasse a todos que com Ele andasse, restaria apenas
pessoas pervertidas na terra.
Visto isto, para que a terra não fosse dominada
pela perversidade, Deus escolheu a Noé e a sua casa, para, através deles, realizar
sua justiça, mediante juízo e salvação. Juízo para quem juízo, salvação para
quem salvação. Juízo para os ímpios e Salvação para Noé e sua família.
A Geração de Noé
As Escrituras nos informam que o homem cedeu à perversidade, de modo que sua imaginação era todo maligna. Nesse sentido, a convivência entre Deus e os homens tornou-se insustentável.
O primeiro ato de Deus para contenção
da maldade foi retirar-se ainda mais do homem, de forma que a fonte da
longevidade humana fora drenada em aproximadamente 90% [noventa porcento]. Os homens,
outrora vivendo cerca de 900 anos, passaram a viver, em média, 120 anos.
Os homens longevos se sentiam eternos. O próprio Adão viveu
para ver 7 gerações, morrendo em data próxima ao nascimento de Noé. Adão foi o
primeiro homem a pecar, carregando consigo a sentença de morte [Gn 2.17], mas
vivendo tempo suficiente para ver a multiplicação do pecado [ou seja, o
resultado de sua atitude pecaminosa].
Se, por um lado, Adão vivia para ver a catástrofe resultante de seu pecado, sua posteridade, ao vê-lo ainda vivo, entendia que a morte não era algo iminente [imediata ao pecado], pelo que se cumpria naquela geração o que se diz em Eclesiastes 8.11:
Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal. [Ec 8.11]
A longevidade gerava a sensação de imortalidade. Não sendo, então, suficiente a redução da
longevidade, mediante a retirada progressiva da fonte de vida [O Próprio Deus], Deus interveio drasticamente com o Dilúvio.
O Dilúvio
Vendo Deus a Noé como alguém com quem se pôde
contar, tratou de, aproveitando-se da justiça deste, executar a sua
providência. Determinou, então, que Noé construísse a Arca [armazém; local para se
guardar algo ou alguém], através da qual Noé e sua família seriam poupados da ira
divina.
Entrando, na Arca, Noé, seus familiares e muitos
animais, com mantimentos suficientes para todos, Deus fechou a Arca por dentro.
Por sete dias Noé e os demais estiveram dentro da Arca sem que tivesse chovido.
Ao sétimo dia, um estrondo: as águas irromperam-se.
O tempo fechou. Densas nuvens tornaram o dia em
noite; o sopro de Deus sacudia os celeiros dos céus [as nuvens] e ventilavam as narinas da
terra [os lençóis]. O vento de Deus torneava-se, ao contornar à Arca. As águas de cima desciam, e as dos lençóis
subiam.
Fora da Arca, pensa-se — em que pese a violência das águas não ser comum — ser mais uma chuva; os lugares mais baixos começam a inundar; animais e gente buscam refúgio nos altos. As águas continuam a subir; o sol escondido. Passam-se alguns dias; a referência de dia e noite é mínima. Os lugares altos estão concorridos.
Alguns socorrem-se dos barcos que tivessem; o
problema, agora, é o mantimento, a sua falta. O remorso permeia os corações. É tarde
demais.
Dentro da Arca, ouve-se ululações. Noé angustiado.
Nada pode fazer. Gritos por misericórdia. Não há outra saída? A chuva continua.
Ninguém olhando pela greta. As ondas rebentam na arca, todos estremecidos. Deus
está na Arca. A Arca nas águas: à toa de JEOVÁ.
Os picos mais altos são cobertos. As águas nos polos
são congeladas. Quarenta dias e quarenta noites de vazão. À jusante e à
montante, as águas confluem apenas a um comando: enchei a terra e a tudo consumai.
Ao fim de quarenta dias, nem todas as nuvens
estão secas. Deus envia o seu vento calmo. Não houve monte que não tivesse sido
coberto, não houve forte que tivesse, pela força, prevalecido. Todos pereceram.
A Saída da Arca
Após as águas minguarem, ainda atônito, Noé e
sua família saem da Arca, sob a ordem divina, para repovoarem a terra. Noé,
então, ergue altar a Deus. Ao sentir o cheiro suave da terra, Deus fala consigo
que não tornaria mais a amaldiçoar a terra, nem a ferir todo vivente como
fizera [Gn 8.21,22].
Noé, ainda não está tranquilo, tudo que passara
fora demasiadamente pesado, seu coração está macerado. Por isso mesmo a
história [JOSEFO, 2004] nos informa que, por medo de que a terra voltasse a ser
destruída, Noé passa a buscar instantemente a Deus, para que este lhe dê uma
garantia de que não mais destruirá a terra.
ENTENDAMOS. Este ponto precisa da sua elocução, interlocutor.
Noé, ao contrário do que se possa
entender, não estava minimamente em paz com tudo que acontecera à Terra e à
raça humana; o clima era de pavor e terror para todos os lados. A primeira
coisa que Noé faz, ao sair da Arca, então, é sacrificar a Deus.
Deus, recebendo aquele sacrifício, fala com si mesmo, em silêncio, em seu coração, que não mais destruirá a terra, mas nada
declara a Noé. Os dias passam, novas chuvas vêm; são chuvas normais, porém, a primeira coisa que vem ao coração
de Noé é destruição. Isto está a lhe consumir por dentro. Noé, então, insta a
Deus que lhe dê uma garantia de que não mais destruirá o homem.
A garantia que Noé pede é para sua própria paz
e para a paz dos seus. Conforme aponta a História dos Hebreus [citada, p. 82,
83], linha com a qual este Mensageiro está de acordo, da intercessão de Noé,
Deus, então, firma uma aliança, cujo sinal será inscrito no céu.
A aliança não é apenas com Noé, mas com todos que saíram da Arca, desde homem [e mulher] até os animais. Eis o teor da aliança:
E falou Deus a Noé e a seus filhos com ele, dizendo:
E eu, eis que estabeleço a minha aliança convosco e com a vossa descendência depois de vós.
E com toda a alma vivente, que convosco está, de aves, de gado, e de todo o animal da terra convosco; com todos que saíram da arca, até todo o animal da terra.
E eu convosco estabeleço a minha aliança, que não será mais destruída toda a carne pelas águas do dilúvio, e que não haverá mais dilúvio, para destruir a terra.
E disse Deus: Este é o sinal da aliança que ponho entre mim e vós, e entre toda a alma vivente, que está convosco, por gerações eternas.
O meu arco tenho posto nas nuvens; este será por sinal da aliança entre mim e a terra.
E acontecerá que, quando eu trouxer nuvens sobre a terra, aparecerá o arco nas nuvens.
Então me lembrarei da minha aliança, que está entre mim e vós, e entre toda a alma vivente de toda a carne; e as águas não se tornarão mais em dilúvio para destruir toda a carne.
E estará o arco nas nuvens, e eu o verei, para me lembrar da aliança eterna entre Deus e toda a alma vivente de toda a carne, que está sobre a terra.
E disse Deus a Noé: Este é o sinal da aliança que tenho estabelecido entre mim e entre toda a carne, que está sobre a terra.
[Gn 9.8-17]
As Escrituras são poucas palavras para
descrever uma infinidade de tempo, por isso ela se resume a detalhar os pontos
mais importantes. Ao intérprete [que tem ao Espírito Santo], cabe entender o
momento do relatado, a fim de que o entendimento alcançado seja coeso.
Diferente da primeira promessa que Deus fez
para si mesmo, esta, agora, a segunda, é solene, não só de Deus para com o
homem, mas também para com toda alma vivente. Deus já não iria destruir ao
homem, pois ele já tinha falado com si mesmo, mas, agora, Deus deu ao
homem uma garantia, cujo sinal está no céu.
A Torre de Babel
A história [citada, p. 84] ainda nos informa
que o medo por um novo dilúvio não foi facilmente demovido do coração dos
homens. De modo que muitos temeram, por muitos anos, habitar em planícies,
procurando sempre habitar em montes.
Quando aos poucos foram ocupando as planícies, mas, ainda, não da forma como Deus queria [se multiplicar e povoar a Terra], alguns, liderados, como se acredita, por Ninrode, que era bisneto de Noé [Gn 10.8-10], em desobediência ao comando de Deus, resolveram construir uma torre, tão alta que tocasse o céu, pois entendiam que espalhados seriam destruídos mais facilmente, caso alguma calamidade surgisse novamente.
A ideia era que a torre servisse de refúgio
quando porventura um novo dilúvio se derramasse sobre a face da terra, assim
todos àquela torre correriam.
Deus, vendo que aquilo não era bom, mas
lembrando-se da sua promessa — de não destruir a terra com águas novamente —, desceu para
ali confundir a língua dos homens, que outrora era uma. Dessa forma, confundindo
a língua, de modo que um não entendesse ao outro, fez com que os homens se espalhassem
pela Terra.
Conclusão
Esse espírito de resistência à vontade de Deus está presente no mundo desde que o homem pecou, é o mesmo espírito/sentimento do homem do pecado, o filho da perdição, que se levanta e se opõe a tudo que se diz Deus [2Ts 2.4].
O propósito de Deus, desde a fundação do mundo, foi povoar a terra com seus filhos, os homens e as mulheres. Deus fez a terra para ser habitada e aproveitada. Como está escrito:
Porque assim diz o Senhor que tem criado os céus, o Deus que formou a terra, e a fez; ele a confirmou, não a criou vazia, mas a formou para que fosse habitada: Eu sou o Senhor e não há outro. [Is 45.18]
Tudo que se opõe a isso é desobediência a Deus
e a sua vontade. Quando um homem mata a outro homem, está indo contra a ordem
de Deus “multiplicai-vos”, pois o homicídio diminui a conta dos homens.
Também atitudes eugênicas, praticadas em
larga escala pelas civilizações pretéritas, que hoje é praticada de forma mais
sofisticada, pois obscura, são formas de violência à vontade divina, isto é, é forma de violência ao “multiplicai-vos”, que é o comando divino para povoamento da terra;
atitudes que a seu tempo receberá a justa recompensa.
A destruição veio sobre a geração de Noé por causa da violência que se multiplicou na face da terra, pois a violência humana levaria à destruição do próprio homem. Deus, assim, interveio não para destruir o homem, mas para salvá-lo.
E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem.
Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca,
E não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do homem. [Mt 24.37-39]
Deus É Fiel!
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