Os Pensamentos e Caminhos de Deus

Os Pensamentos e Caminhos de Deus É comum ouvirmos pessoas evangélicas se dirigirem a Deus com as seguintes palavras: "seus caminhos são maiores que os meus, e seus pensamentos são melhores do que os meus". Todos que se dirigem assim a Deus, ao que parece, tem por base uma única passagem da bíblia, a saber: Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos , nem os vossos caminhos os meus caminhos , diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos. [Is 55.8-9] Mas será que isto está evangelicamente correto? Será que esta mensagem é dirigida aos filhos de Deus? Já, em eu vos questionar, vos incito a voltar ao texto e, se fizerdes uma leitura mais detida, percebereis que a resposta é NÃO . Se a resposta à pergunta acima posta é não , podemos afirmar, então, que os pensamentos e caminhos dos filhos de Deus são iguais aos p...

Apenas O Mensageiro [Parte I]

Apenas O Mensageiro [Parte I]

Esta Mensagem foi dividida em Parte I e Parte II


Boneco-carregando-uma-carta

Ne nuntium necare! – Não mate o mensageiro!

Quem já ouviu essa expressão "levanta a mão"?! Em um dos meus estudos sobre O Papel do Mensageiro, me deparei com essa expressão latina “ne nuntium necare!”, em um artigo jurídico, adotando-a de pronto, dada a pertinência com o assunto tratado.

Pois é, sobre essa expressão falaremos hoje e procuraremos entender o que é um mensageiro, bem como o que é uma mensagem e o porquê não devemos matar o mensageiro.

O Mensageiro na Guerra

Era comum dentro do mundo das guerras que o soberano, que poderia ser um rei, um imperador, um faraó ou qualquer líder de um povo, em decorrência de uma notícia ruim sobre o resultado de uma guerra, matasse o noticiador, isto é, o mensageiro.

Tal ação [de matar o mensageiro] poderia decorrer de muitos motivos ou finalidades.

Entre os muitos motivos, um parece se sobressair: a incapacidade do soberano de lidar com notícias desfavoráveis. Poderia, ainda, ser em decorrência do medo de, com a notícia ruim, os soldados perderem o ânimo para guerrear. Enfim.

Por sua vez, entre as muitas finalidades perseguidas com a morte do mensageiro, parece destacar-se a seguinte: a morte do mensageiro revelará a intransigência do soberano em relação a notícias desfavoráveis e, assim, transmitirá ao arraial a ideia de que o Rei não aceitará outra coisa senão a vitória, o que, no entender do soberano, estimularia os soldados a darem mais de si.

Por assim dizer, os motivos e finalidades são diversos, mas o que importa é saber que o fato de se matar o mensageiro não mudava e não muda o conteúdo da mensagem, ou seja, aquilo que já aconteceu. O mensageiro é apenas o mensageiro; o mensageiro não produz o conteúdo, apenas o transmite, apenas o carrega.

Pertinência e Atualidade

O imperativo não mate o Mensageiro, faz sentido hoje na medida em que o conteúdo da mensagem é um fato ocorrido no passado, sobre o qual, então, não há qualquer tipo de controle ou possibilidade de mudança por ação humana, independentemente da reação que possa advir com a tomada de conhecimento da mensagem [o transmitido].

Erra, contudo, quem pensa que este tipo de comportamento [matar o mensageiro] é exclusivo do mundo das guerras antigas, mas não, este comportamento permeia-se por todas as esferas da sociedade, como em uma empresa [local de trabalho],  na família,  no meio eclesiástico etc.

Na empresa – é comum um gestor, administrador ou proprietário ver, como primeira solução, a demissão daquele que lhe passa relatórios desfavoráveis. Mas, há de se ter em mente que o relator é apenas o mensageiro;

Na família – quem lembra da família de José? Os irmãos cuidavam que o problema que eles enfrentavam era José e não as suas atitudes, ou seja, eles faziam o errado, mas o errado não é errado quando fica na oculta, é errado quando denunciado, sendo assim, mata-se o denunciante/denunciador.

No Governo – percebe-se isso quando se tenta comprar a mídia para que não se fale a verdade e, quando o suborno não funciona, começa a perseguição, como, por exemplo, a auditoria das contas, com o fim de se encontrar desvios, ou coisas semelhantes.

Na Igreja – também na igreja, arraial de Deus, vemos esse tipo de comportamento contra os mensageiros dO SENHOR. [Jerusalém, Jerusalém, que mata os profetas].

O Mensageiro No Arraial

Não é de agora que os líderes fazem pouco dos mensageiros dO SENHOR, como, também, não foram poucas as vezes que O SENHOR advertiu seu destinatário, o povo, a dar ouvido a seus Mensageiros, que, madrugando, iam entregar a mensagem.

O descaso para com os servos de Deus, os Profetas, era tão grande que Deus, pelo Profeta Jeremias, passou a advertir o povo meio que por uma fórmula, de tantas vezes que o padrão se repetiu, a saber:

E eu [Deus] vos enviei todos os meus servos, os profetas, madrugando e enviando a dizer: Ora, não façais esta coisa abominável que odeio. Mas eles não escutaram, nem inclinaram os seus ouvidos [...]. [Jr 44.4-5]

Essa fórmula se repete em Jeremias 7.25; 25.4; 26.5; e 29.19. O próprio Jeremias dirá: 

Desde o ano treze de Josias, filho de Amom, rei de Judá, até o dia de hoje, período de vinte e três anos, tem vindo a mim a palavra do Senhor, e vo-la tenho anunciado, madrugando e falando; mas vós não escutastes. [Jr 25.3]

Matando o Mensageiro

Pouco fosse não fazer caso dos mensageiros, muitos ainda levantaram a mão contra os mensageiros dO SENHOR, ora para os matar, ora para os encerrar em prisões, começando por Abel, até Zacarias [Lc 11.21]

Não foram poucos os casos de Mensageiros mortos ou encarcerados. Pode-se citar aqui: Abel, apregoador cujo sangue até hoje fala; José; Micaías; Jeremias; Zacarias; João Batista; etc. 

Hoje, entendemos que a morte e a perseguição não se dão apenas por um soberano, um rei, um imperador, mas também por aquele que tem a direção, a superintendência, de algo, de que se utiliza para demonstração de superioridade, como é o caso das ditaduras de púlpitos.

Não é sem causa que o Apóstolo Paulo exorta: Não extingais o Espírito. [1Ts 5.19]. Isso muito se deve à falta de sabedoria para se discernir a mensagem do seu anunciador e entender que este é apenas o mensageiro. Sobre isso, porém, discorrerei, com mais extensão, em outra oportunidade.

__________________________________________________________________________________

Continua...



Deus É Fiel!


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Obra de Deus, As Obras de Cristo e Os Serviços da Igreja

Olhai para Mim e Sereis Salvos