Apenas O Mensageiro [Parte I]
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Apenas O Mensageiro [Parte I]
Esta Mensagem foi dividida em Parte I e Parte II
Ne nuntium necare! – Não mate o mensageiro!
Quem já ouviu essa expressão "levanta a mão"?! Em um dos meus estudos
sobre O Papel do Mensageiro, me deparei com essa expressão latina “ne
nuntium necare!”, em um artigo jurídico, adotando-a de pronto, dada a pertinência com o assunto tratado.
Pois é, sobre essa expressão falaremos hoje e procuraremos entender o
que é um mensageiro, bem como o que é uma mensagem e o porquê não
devemos matar o mensageiro.
O Mensageiro na Guerra
Era comum dentro do mundo das guerras que o soberano, que poderia ser um
rei, um imperador, um faraó ou qualquer líder de um povo, em decorrência de
uma notícia ruim sobre o resultado de uma guerra, matasse o
noticiador, isto é, o mensageiro.
Tal ação [de matar o mensageiro] poderia decorrer de muitos motivos ou finalidades.
Entre os muitos motivos, um parece se sobressair: a
incapacidade do soberano de lidar com notícias desfavoráveis. Poderia, ainda,
ser em decorrência do medo de, com a notícia ruim, os soldados perderem o ânimo
para guerrear. Enfim.
Por sua vez, entre as muitas finalidades perseguidas
com a morte do mensageiro, parece destacar-se a seguinte: a morte do mensageiro
revelará a intransigência do soberano em relação a notícias desfavoráveis e,
assim, transmitirá ao arraial a ideia de que o Rei não aceitará outra coisa senão
a vitória, o que, no entender do soberano, estimularia os soldados a darem mais
de si.
Por assim dizer, os motivos e finalidades são diversos, mas o que importa é saber que o fato de se matar o mensageiro não mudava e não muda o conteúdo da mensagem, ou seja, aquilo que já aconteceu. O mensageiro é apenas o mensageiro; o mensageiro não produz o conteúdo, apenas o transmite, apenas o carrega.
Pertinência e Atualidade
O imperativo não mate o Mensageiro, faz sentido hoje na medida em
que o conteúdo da mensagem é um fato ocorrido no passado, sobre o qual, então,
não há qualquer tipo de controle ou possibilidade de mudança por ação
humana, independentemente da reação que possa advir com a tomada de conhecimento
da mensagem [o transmitido].
Erra, contudo, quem pensa que este tipo de comportamento [matar o mensageiro] é exclusivo do
mundo das guerras antigas, mas não, este comportamento permeia-se por
todas as esferas da sociedade, como em uma empresa [local de trabalho], na família, no meio eclesiástico etc.
Na empresa – é comum um gestor, administrador ou
proprietário ver, como primeira solução, a demissão daquele que lhe passa
relatórios desfavoráveis. Mas, há de se ter em mente que o relator é apenas o
mensageiro;
Na família – quem lembra da família de José? Os
irmãos cuidavam que o problema que eles enfrentavam era José e não as suas
atitudes, ou seja, eles faziam o errado, mas o errado não é errado quando fica
na oculta, é errado quando denunciado, sendo assim, mata-se o
denunciante/denunciador.
No Governo – percebe-se isso quando se tenta
comprar a mídia para que não se fale a verdade e, quando o suborno não
funciona, começa a perseguição, como, por exemplo, a auditoria das contas, com
o fim de se encontrar desvios, ou coisas semelhantes.
Na Igreja – também na igreja, arraial de
Deus, vemos esse tipo de comportamento contra os mensageiros dO SENHOR.
[Jerusalém, Jerusalém, que mata os profetas].
O Mensageiro No Arraial
Não é de agora que os líderes fazem pouco dos mensageiros dO SENHOR,
como, também, não foram poucas as vezes que O SENHOR advertiu seu destinatário,
o povo, a dar ouvido a seus Mensageiros, que, madrugando, iam entregar a
mensagem.
O descaso para com os servos de Deus, os Profetas, era tão grande que
Deus, pelo Profeta Jeremias, passou a advertir o povo meio que por uma fórmula,
de tantas vezes que o padrão se repetiu, a saber:
E eu [Deus] vos enviei todos os meus servos, os profetas, madrugando e enviando a dizer: Ora, não façais esta coisa abominável que odeio. Mas eles não escutaram, nem inclinaram os seus ouvidos [...]. [Jr 44.4-5]
Essa fórmula se repete em Jeremias 7.25; 25.4; 26.5; e 29.19. O
próprio Jeremias dirá:
Desde o ano treze de Josias, filho de Amom, rei de Judá, até o dia de hoje, período de vinte e três anos, tem vindo a mim a palavra do Senhor, e vo-la tenho anunciado, madrugando e falando; mas vós não escutastes. [Jr 25.3]
Matando o Mensageiro
Pouco fosse não fazer caso dos mensageiros, muitos ainda levantaram a
mão contra os mensageiros dO SENHOR, ora para os matar, ora para os encerrar em
prisões, começando por Abel, até Zacarias [Lc 11.21]
Não foram poucos os casos de Mensageiros mortos ou encarcerados. Pode-se
citar aqui: Abel, apregoador cujo sangue até hoje fala; José; Micaías;
Jeremias; Zacarias; João Batista; etc.
Hoje, entendemos que a morte e a perseguição não se dão apenas por um
soberano, um rei, um imperador, mas também por aquele que tem a direção, a superintendência,
de algo, de que se utiliza para demonstração de superioridade, como é o caso
das ditaduras de púlpitos.
Não é sem causa que o Apóstolo Paulo exorta: Não extingais o Espírito. [1Ts 5.19]. Isso muito se deve à falta de sabedoria para se discernir a mensagem do seu anunciador e entender que este é apenas o mensageiro. Sobre isso, porém, discorrerei, com mais extensão, em outra oportunidade.
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Continua...
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